Cairo, Egito - O Conselho Superior da Magistratura egípcio forçou nesta segunda-feira a se aposentar 32 juízes que se recusaram a reconhecer a legalidade da destituição, por parte do exército, em 2013 do presidente islamita Mohamed Mursi, indicaram fontes judiciais.
Após a destituição em 3 de julho de 2013 do primeiro presidente democraticamente eleito no Egito, o novo poder matou em dez meses mais de 1.400 manifestantes pró-Mursi e prendeu mais de 40.000 de seus seguidores, incluindo membros da Irmandade Muçulmana, de acordo com a Anistia Internacional e Human Rights Watch.
"O Conselho Superior da Magistratura decidiu obrigar 32 juízes a se aposentar por estarem envolvidos na política e por apoiar uma determinada parte", declarou à AFP um membro desta instância, que pediu anonimato. A informação foi confirmada por um dos seus colegas.
O Conselho já havia forçado 15 juízes a se aposentar, há uma semana, citando as mesmas razões.
Estes magistrados se recusram a reconhecer a legalidade da destituição de Mursi, que foi condenado à morte, assim como a maioria dos líderes da Irmandade e centenas de seus seguidores.