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Exilados não acreditam que visita de Obama promova melhorias em Cuba

Cubanos que foram obrigados a trocar a ilha socialista pelos EUA têm poucas esperanças de que o evento histórico melhore a vida dos cidadãos

;Quando eu saí de Cuba/Deixei minha vida, deixei meu amor/Quando eu saí de Cuba/Deixei meu coração enterrado.; O compositor argentino Luis Aguilé (1936-2009) transformou em canção o sentimento da maior parte dos 650 mil exilados cubanos que vivem no sul da Flórida, a cerca de 150km da ilha socialista. Muitos deles tiveram que abandonar a terra natal quando crianças; outros fugiram depois de se tornarem prisioneiros políticos. O Correio entrevistou quatro expoentes do exílio nos Estados Unidos sobre a histórica viagem de Barack Obama a Cuba, iniciada na noite de ontem ; a primeira de um presidente norte-americano desde 1928. Eles compartilham da pouca esperança, da indignação e de um certo ceticismo ante a visita de Obama e afirmam esperar que o visitante exija do regime de Raúl Castro o respeito aos direitos humanos.



Distorção
Presidente do Movimiento Democracia, sediado em Miami, Ramón Saúl Sánchez deixou Cuba aos 13 anos e se incorporou à luta pela democracia na ilha dois anos depois. A organização não governamental que dirige propõe a luta cívica não violenta e defende a reunificação da família cubana. ;É bom quando dois países se fazem amigos, sob o ponto de vista humano. No entanto, os EUA modificaram o viés político da visita, ao pedirem o fim do embargo comercial a Cuba; isso ajudou a ditadura a se apresentar como vítima do imperialismo ianque;, opina. Para o ativista exilado, além de demandar a suspensão do embargo, Obama deveria solicitar o levantamento do bloqueio às liberdades civis e econômicas. ;O regime impede que o povo se empodere economicamente e possa se tornar independente do Estado castrista. É um Estado explorador de homens;, lamenta.

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