O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou neste domingo (20) em Havana, capital de Cuba, para uma visita histórica, marcada pelo simbolismo e pelas fortes expectativas de uma nova era de relações entre Estados Unidos e Cuba após décadas de hostilidade entre os dois países.
O avião presidencial pousou às 16h25 (horário local, 17H25 horário de Brasília), no Aeroporto Internacional José Marti. O desembarque ocorreu horas depois da prisão de dezenas de oposionistas ao governo cubano.
Ao fim da marcha que as Damas de Branco (grupo criado por mulheres de presos políticos) costumam fazer aos domingos na capital cubana, e que dessa vez contou com a participação de outros opositores, grupos do governo encurralaram os manifestantes.
Quase no mesmo momento, a polícia apareceu. As Damas de Branco e os ativistas da dissidência foram levados à força em direção aos ônibus em meio a gritos de "gusanos" (anticastristas) vindos de apoiadores do governo. .
Danilo Maldonado e Berta Soler, líder das Damas de Branco, estão entre os detidos.
"Obama está sendo cúmplice de um governo, de uma ditadura", disse Maldonado.
Em solo cubano
Assim que aterrizou, o presidente americano postou em sua página do Twitter: "Como vai, Cuba?". Segurando um guarda-chuva, o presidente saiu do avião acompanhado pela primeira-dama, Michelle Obama, pelas filhas Sasha e Malia, e pela sogra, Marian Robinson. O plano é ficar dois dias e meio em Havana. Obama deixa Cuba na terça-feira (22) à tarde para uma visita à Argentina.
[SAIBAMAIS]
A viagem de Obama a Cuba - a primeira de um presidente norte-americano no cargo desde Calvin Coolidge em 1928 - ocorre 15 meses depois que ele e o presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciaram um acordo para retomar relações diplomáticas.
A sua primeira parada será um encontro casual com funcionários da embaixada dos EUA em Havana, seguido de um passeio a pé por Havana Velha. Durante o passeio, Obama planeja visitar a catedral católica romana da cidade. Ele será saudado pelo cardeal Jaime Ortega, que, juntamente com o Papa Francisco, ajudou a facilitar a distensão entre os EUA e Cuba, que levou à histórica visita de Obama.
Obama e Castro devem se reunir na segunda-feira (21) para uma série de eventos oficiais, incluindo um jantar de estado e declarações para a mídia. Obama ficará em Havana até terça-feira à tarde, quando voa para a Argentina.
Com informações da France Presse e da Agência Estado