Caracas, Venezuela - O governo venezuelano descartou nesta terça-feira(15) flexibilizar o controle de câmbio vigente desde 2013, e ao qual os economistas atribuem a alta inflação (180,9% em 2015) e a escassez de produtos básicos.
[SAIBAMAIS]O vice-presidente Aristóbulo Istúriz disse ao parlamento - de maioria opositora - que considera inconveniente uma unificação das taxas (de câmbio) existentes, fórmula sugerida por analistas para facilitar o acesso às escassas divisas por parte de um setor produtivo.
"Muitos economistas acham que a saída é a unificação cambial e teoricamente pode ser (...), mas é preciso ver as circunstâncias em que estamos. Não acolhemos a unificação cambial nesse momento", disse o vice-presidente.
Na Venezuela vigoram dois tipos de câmbio: um subsidiado de dez bolívares por dólar, reservado para a importação de alimentos e medicamentos; e outro para os demais setores econômicos, que nesta terça-feira foi cotado a 225,23 por dólar.
"Em um momento em que há déficit de comida precisamos proteger um dólar (baixo) para (importação de) comida e medicamentos. Por isso mantemos uma taxa flutuante, vamos ver aonde chega", afirmou Istúriz, referindo-se à divisa que se tem acesso por meio de leilões.
Durante uma sessão em que defendeu o pedido à Assembleia para que prorrogue um decreto de emergência assinado por Maduro há dois meses, o vice-presidente negou que o controle cambial seja o culpado pelo alto custo de vida.
Segundo Istúriz, 70% da inflação é gerada por um dólar paralelo que é cotado 121 acima da menor taxa oficial, e que seria a referência para o ajuste dos preços de muitos produtos.
"O dólar paralelo é o instrumento que estão utilizando para derrubar Nicolás Maduro", argumentou.