Um grupo de 27 ex-governantes da América Latina e da Espanha pediu à OEA, nesta segunda-feira, que aplique a Carta Democrática Interamericana na Venezuela - conforme solicitado pela maioria opositora no Parlamento - para resolver a crise institucional que abala o país.
"Instamos à Organização dos Estados Americanos - em particular, ao secretário-geral da OEA - para que adote em caráter de urgência as iniciativas que julgar pertinentes no âmbito da Carta Democrática Interamericana", de acordo com um comunicado divulgado on-line pela Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), que reúne os ex-presidentes.
Entre os signatários do documento estão Andrés Pastrana (Colômbia), Jorge Quiroga (Bolívia) e José María Aznar (Espanha).
O texto apoia o pedido feito na quinta-feira passada pela maioria de oposição no Legislativo ao titular da OEA, Luis Almagro, para que faça a mediação na crise de choque de Poderes.
A solicitação foi feita depois que, na quarta passada, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) emitiu uma sentença anulando a capacidade de controle do Legislativo sobre os Poderes Judicial, Eleitoral e Cidadão, e contra os militares.
Os ex-presidentes denunciaram a "deriva antidemocrática que acontece na Venezuela", em consequência da crise política e econômica, que se reflete na escassez de alimentos e de remédios e na acelerada inflação (180,9%, em 2015).
De acordo com o grupo, as dificuldades socioeconômicas em que os venezolanos vivem podem "comprometer a paz e a estabilidade de suas instituições".