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Ex-presidente argentina é intimada a depor sobre operação do BC

O foco das suspeitas são operações de vendas de divisas a futuro feitas no Banco Central

Um juiz intimou a ex-presidente argentina Cristina Kirchner (2007-2015) a depor sobre um caso de suspeita de fraude em operações de venda de dólares no mercado futuro do Banco Central, informou nesta sexta-feira uma fonte judicial.

O juiz federal Claudio Bonadío intimou a ex-presidente, o ex-ministro da economia Axel Kicillof e o ex-presidente do Banco Central Alejandro Vanolli, entre outros ex-funcionários por envolvimento em operações polêmicas concretizadas nos últimos meses do governo Kirchner.

Kirchner deverá comparecer no dia 13 de abril para responder as perguntas do juiz.

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O foco das suspeitas são operações de vendas de divisas a futuro feitas no Banco Central a preços que tentavam desestimular as expectativas de desvalorização na época na campanha das eleições presidenciais.

Após a derrota do oficialismo, houve uma desvalorização de 30% nas primeiras semanas do governo de centro-direita de Mauricio Macri, que assumiu em 10 de dezembro.

Como consequência dessas operações, o Banco Central teve que desembolsar uma maior quantidade de pesos em comparação à cifra pactada originalmente, o que provocou um prejuízo que a justiça estimou em aproximadamente 7,5 bilhões de pesos.

Em novembro passado, a polícia da cidade de Buenos Aires, que na época tinha Macri como prefeito, realizou uma ação na sede do Banco Central pela denúncia feita por legisladores de sua força Cambiemos.

O então titular do BCRA, Vanoli, negou as acusações, considerando que só buscavam "ganhos eleitorais" em meio à campanha.

"A operação com futuros (habitual do Banco Central) tem como objetivo dar certezas e evitar a volatilidade em matéria cambial", explicou Vanoli.

O ex-presidente do Banco Central se apresentará ao juiz Bonadío -acusado de hostilidade pelo kirchnerismo- no dia 7 de abril e no dia 12 será a vez de Kicillof.

O governo de Kirchner denunciou Bonadío ao Conselho de Magistratura, organismo que controla a conduta dos juízes.