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Alemanha desconhece paradeiro de 130 mil migrantes registrados

Do total de refugiados e migrantes acolhidos na Alemanha no ano passado, cerca de 13% não se apresentaram aos centos de acolhida

Berlim, Alemanha - O governo alemão indicou nesta sexta-feira (26/2) que não sabe onde se encontram 13% do mais de um milhão de migrantes registrados em 2015, já que não se apresentaram aos centros de acolhida para onde foram destinados. "As causas possíveis (destas ausências) podem ser um retorno ao país de origem, uma viagem a outro país ou uma imersão na ilegalidade", explica o governo em resposta aos parlamentares do partido de esquerda Die Linke, e transmitida por este à AFP.

O executivo também sugere a possibilidade de que existam registros repetidos para os mesmos indivíduos. O sistema EASY contabiliza os migrantes que desejam solicitar uma demanda de asilo, e com base nisso são atribuídos a um centro de acolhida em uma das regiões alemãs. Este sistema registrou 1,09 milhão de migrantes em 2015, um número recorde para a Alemanha e a Europa.

Do total de refugiados e migrantes acolhidos na Alemanha no ano passado, "cerca de 13% não se apresentaram aos centos de acolhida aos quais foram direcionados", indica a resposta do executivo alemão ao Die Linke.

Registros centralizados
Diante do enorme fluxo de migrantes, a Alemanha adotou uma série de medidas para acelerar a análise de demandas de asilo, mas também as expulsões. O país acaba de criar seu primeiro registro que centraliza as identidades de todos os migrantes registrados, e todos devem receber um documento de identidade chamado "prova de chegada".



[SAIBAMAIS]Por outro lado, o Parlamento alemão adotou na quinta-feira uma lei que prevê, entre outras medidas, que qualquer migrante que não se apresente ao centro de acolhida ao qual foi destinado não poderá se beneficiar de todas as ajudas sociais. "Tomamos medidas que envolvem precisamente este fenômeno (os migrantes cuja impressão digital é perdida pelas autoridades) e permitirão que no futuro estes casos sejam reduzidos", ressaltou o porta-voz do ministério do Interior, Johannes Dimroth, em um encontro com a imprensa.

"Ainda é muito cedo (...) para avaliar os efeitos", declarou, lembrando que algumas destas medidas acabam de entrar em vigor e que outras ainda não começaram a ser implementadas. Mas o porta-voz excluiu desde já limitar a liberdade de circulação dos migrantes para acabar com este problema. "Não há na Alemanha bases legais para privar ou limitar a liberdade dos demandantes de asilo", ressaltou.

Enquanto isso, a chanceler alemã Angela Merkel é cada vez mais criticada em seu país por ter aberto as portas da Alemanha aos refugiados.