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Deputados venezuelanos se reúnem com chanceler Mauro Vieira no Itamaraty

O chanceler Mauro Vieira recebeu ontem no Itamaraty dois deputados venezuelanos que vieram pedir uma postura ;mais firme; de Brasília em relação ao presidente Nicolás Maduro e defender a articulação da oposição para uma mudança de governo em Caracas. Luis Florido, que preside a Comissão de Política Exterior, Soberania e Integração da Assembleia Nacional, e Williams Dávilla, membro da comissão, também participaram uma audiência na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado e conversaram com o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes.

Os visitantes saíram do encontro disseram ter percebido uma mudança no comportamento do governo brasileiro, e destacaram a importância da ;solidariedade internacional; para promover reformas no sistema político e econômico da Venezuela. ;A reunião (com Vieira) foi muito importante, porque mostra uma mudança na percepção do Itamaraty e também de parte do parlamento venezuelano em nos aproximar do Legislativo e do Executivo brasileiros;, declarou Florido.

O Ministério das Relações Exteriores defende uma postura de ;abertura ao diálogo;, mas há meses vem sendo notada uma inflexão na política brasileira em relação a Caracas. No começo de janeiro, quando governantes chavistas tentaram impugnar a posse de deputados oposicionistas, a chancelaria alertou que ;não há lugar, na América do Sul do século 21, para soluções políticas fora da institucionalidade;. Em novembro de 2015, antes das eleições legislativas, outra nota cobrou do governo venezuelano uma atuação para ;coibir quaisquer atos de violência ou intimidação; que pudessem colocar em dúvida a ;credibilidade; e a ;legitimidade; do processo eleitoral.

;Vento de mudanças;
O ministro Mauro Vieira almoçou com o presidente da CRE, Aloysio Nunes (PSDB-SP), e com o vice, Valdir Raupp (PMDB-RR), com quem discutiu a relação com o país vizinho. Mais cedo, a comissão aprovara moção de apoio à lei de anistia a presos políticos, em discussão no parlamento venezuelano. Durante a sessão, os deputados informaram que pretendem apresentar projeto para reduzir a duração do mandato presidencial, atualmente de 6 anos.

Entre as iniciativas debatidas pela Assembleia Nacional também está a convocação de referendo sobre a revogação do mandato do presidente Nicolás Maduro, sucessor e herdeiro de Hugo Chávez. Caso a votação seja contrária a ele, o país poderá ter eleição presidencial ainda neste ano.

Nenhum senador da base governista participou da sessão, na qual oposicionistas compararam problemas enfrentados nos dois países e destacaram um ;vento de mudanças; na América Latina. A liderança do PT no Senado disse que a ausência da base não foi uma ação combinada. Por telefone, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), membro da comissão, viu na visita uma amostra das ;articulações de forças neoliberais para manchar a imagem do presidente Maduro;.

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