<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/02/15/517763/20160214224906901737a.jpg" alt=""Mulheres por Hillary", diz o cartaz exibido por uma correligionária da ex-secretária de Estado durante um ato de campanha: apoio em disputa" /></p><p class="texto"><br />Feeling the Bern (;sentindo o Bern;, que soa igual a ;sentindo a queimadura;) é um slogan que reflete o clima entre os americanos neste começo de disputa pela sucessão de Barack Obama. Depois de um empate técnico em Iowa e uma vitória convincente em New Hampshire, o senador Bernie Sanders, autointitulado socialista, ganhou força como ameaça real a Hillary Clinton, vista como candidata natural do Partido Democrata à Casa Branca na eleição de novembro. Um duro golpe contra a ex-secretária de Estado veio justamente daquela que seria uma de suas ;reservas de mercado;. Em New Hampshire, Hillary conquistou 44% do voto feminino, enquanto Sanders obteve 55%. O sucesso do senador foi ainda maior entre os votantes com até 24 anos: 83%.<br /><br />Hillary faz questão de enfatizar o longo trabalho dedicado aos direitos das mulheres, dos homossexuais e de outras minorias, mas a experiência parece não convencer as jovens eleitoras. Veteranas como Gloria Steinem, escritora e ícone feminista, e Madeleine Albright, primeira mulher a ocupar o posto de secretária de Estado, defendem que seria ;obrigação; das mulheres apoiá-la. ;Há um lugar especial no inferno para as mulheres que não ajudam umas às outras;, declarou Albright em um ato de campanha, repetindo uma de suas frases mais famosas. Do outro lado, milhares de jovens que assumem ser feministas e reivindicam direitos e melhorias se identificam mais com o discurso de Sanders, carregado por uma mensagem de ;revolução;.<br /><br />;Falta identificação com Hillary. Ela passa uma imagem de competência e eficiência, mas não é próxima das eleitoras e não tem o carisma do marido, Bill Clinton;, analisa Pedro Costa Júnior, professor de relações internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco. Para as jovens, a ideia de uma mulher chegar à presidência é animadora, mas a questão de gênero pesa menos que a incapacidade de Hillary em despertar paixões, quesito no qual Sanders leva ampla vantagem.<br /><br />Um dia depois da vitória em New Hampshire, em conversa com o apresentador Stephen Colbert, o senador tentou explicar o fascínio em torno de sua candidatura. ;Por definição, os jovens são idealistas. Olham o mundo com tantos problemas e perguntam: por que não? Por que todas as pessoas deste país não podem ter assistência médica? Por que a a universidade não pode ser gratuita?;, argumentou Sanders, tocando em um ponto extremamente sensível para os estudantes, que se formam com enormes dívidas dos empréstimos tomados para custear os estudos. A posição de Hillary Clinton sobre o tema é mais cautelosa. No último debate entre os democratas, na quinta-feira, ela defendeu que a proposta de educação gratuita é impraticável.<br /><br />;Acho que os jovens pensam como é possível que, com, toda essa tecnologia e com a produtividade de nossa economia, eles provavelmente terão uma condição de vida mais baixa que a dos pais;, completou Sanders. Embora seja homem, branco e mais velho que a rival ; 74 anos contra 65 ;, ele é visto como novidade.<br /><strong><br />Embalo</strong><br /><br />A imagem de integridade e retidão passada por ele contrasta com os escândalos envolvendo a família Clinton, como o armazenamento de e-mails oficiais e sigilosos em um servidor particular de Hillary, o ataque ao consulado americano em Benghazi (Líbia) enquanto a candidata era secretária de Estado, o recebimento de cachês vultosos por palestras e apresentações e os vários casos de indiscrição de Bill Clinton, incluindo acusações de abuso sexual. ;As pessoas estão cansadas dos Clinton;, resume o analista democrata Hank Sheinkopf, que trabalhou na campanha de Bill para a presidência em 1996.<br /><br />Em artigo para o site especializado em política The Hill, Dick Morris, que foi assessor do hoje ex-presidente, condenou as estratégias de Hillary e alertou que sua campanha ;está se despedaçando;. Morris acusa a candidata de mentir, distorcer informações e mudar de ideia constantemente. ;New Hampshire significa que Hillary está fora. É escada abaixo a partir daqui.;<br /><br /><br />A matéria completa está disponível <a href="http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/ciencia/2016/02/14/interna_ciencia,197418/a-desafiadora-fase-da-liberdade.shtml">aqui, </a>para assinantes. Para assinar, clique <a href="https://www2.correiobraziliense.com.br/seguro/digital/assine.php" target="blank">aqui</a></p>