Londres, Reino Unido- Importantes líderes mundiais se encontrarão nesta quinta-feira em Londres para tentar reunir 9 bilhões de dólares para aliviar a situação dos milhares de sírios que fugiram da guerra civil.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, presidirá este encontro, no qual é esperada a presença de 70 líderes internacionais, incluindo sua colega alemã Angela Merkel, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o primeiro-ministro do Líbano, Tammam Salam, e o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
A guerra, que começou com os protestos contra o presidente Bashar al-Assad em março de 2011, matou mais de 260.000 pessoas e obrigou 4,6 milhões de sírios a buscar refúgio em países da região - Jordânia, Líbano, Turquia, Iraque e Egito - ou a fugir à Europa, pagando às vezes com sua vida a tentativa de cruzar o mar Mediterrâneo.
Desde a morte do bebê Aylan Kurdi - encontrado afogado em uma praia da Turquia - à do jovem de 16 anos Ali por fome na cidade sitiada de Madaya, os olhos do mundo se abriram ao impacto da violência contra os civis.
Em resposta, a comunidade internacional precisa fazer algo além de dar dinheiro, advertiu Cameron.
"Temos que entrar em acordo sobre ações concretas", disse, pedindo o fornecimento de empregos e educação aos refugiados nos países vizinhos.
Corrida contra o tempo
Cameron apela por melhores laços comerciais entre a Jordânia e a União Europeia, e defende que os países vizinhos imponham quotas de empregos para sírios em certos setores.
Com a popularidade de Merkel caindo por sua decisão de dar as boas-vindas a centenas de milhares de imigrantes e refugiados, a Alemanha chega à reunião com o objetivo similar de limitar novas chegadas.
"No longo prazo, a educação e o emprego devem contribuir (...) para conter o fluxo de refugiados à Europa", disse o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier.
O ministro de Desenvolvimento alemão, Gerd Muller, disse recentemente à imprensa de seu país que uma "aliança trabalhista" pode ajudar a criar meio milhão de empregos para refugiados em Jordânia, Turquia e Líbano.
A esperança é que as políticas para impulsionar o emprego em geral também aliviem o crescente ressentimento da população local pela ajuda aos refugiados.
"O aumento da angústia e a vulnerabilidade dos refugiados sírios e a crescente percepção nas comunidades de acolhida em toda a região de que são uma ameaça para seu próprio sustento são causa de alerta e constituem um dos riscos mais importantes para a estabilidade regional", advertiu um relatório preparado para dar uma resposta humanitária ao conflito.
A conferência, que começa menos de uma semana após o início de negociações de paz em Genebra, se concentrará em grande parte na educação, destacando que 700.000 crianças refugiadas não têm acesso à escolarização.
"São necessários esforços e recursos concertados urgentes para salvar esta geração de crianças. É uma corrida contra o relógio", disse Peter Salama, diretor-geral da UNICEF para o Oriente Médio e o Norte da África.
Diante do risco de que toda uma geração seja perdida, Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa ganhadora do prêmio Nobel da Paz, fez um pedido para que os doadores comprometam 1,4 bilhão de dólares ao ano para educar as crianças refugiadas sírias.
Para conseguir tudo isso, os doadores terão que mostrar mais generosidade que no ano passado, quando a ONU e suas agências receberam apenas 3,3 bilhões de dólares dos 8,4 bilhões de dólares que haviam solicitado.