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Derrotas fazem EI reduzir missões suicidas e preservar extremistas

A estimativa é de que a coalização de 60 países tenha matado 22 mil extremistas desde agosto de 2014



Em 14 de maio de 2015, Abu Bakri Al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico (EI), usou a Surah An-Nisa do Corão para exortar os jihadistas a se engajarem nas ;missões de martírio;. ;E ele (o Poderoso e Majestoso) disse: ;Então, que combatam pela causa de Deus aqueles dispostos a sacrificar a vida terrena pela futura porque a quem combater pela causa de Deus, quer sucumba, quer vença, concederemos magnífica recompensa;;. Acuado pelos bombardeios da coalizão de 60 países liderada pelos Estados Unidos, o EI tem diversificado os métodos de ataque, apelando cada vez mais para a improvisação de armamentos, como dispositivos explosivos. Especialistas consultados pelo Correio explicaram que a facção revisa a estratégia para preservar os seus ;soldados; no momento em que enfrenta desvantagem no front. A nova geração de extremistas ; mais jovem, ocidentalizada e seduzida pela visão de longa vida no califado islâmico ; também não estaria disposta a morrer pelos planos de Al-Baghdadi.



A historiadora militar britânica Jill Sargent Russell, do Departamento de Estudos de Defesa do King;s College London, crê que a migração dos métodos suicidas para outras técnicas resulta de uma série de fatores. ;As autoridades nos países de origem dos recrutas intensificaram a repressão às viagens a zonas de conflito. O principal ponto de sedução do EI tem se focado na promessa de uma vida, em projeto de longo prazo. Os novos jihadistas ocidentais não parecem suscetíveis a se voluntariar em missões de martírio. O grupo pode convencer alguns a fazê-lo, mas ir longe demais deflagaria um motim e desaceleraria o fluxo de novas chegadas de militantes;, comentou.



Segundo Jill, a luta para manter o território do califado ; proclamado em junho de 2014 por Al-Baghdadi ; se tornou desesperada para o Estado Islâmico. ;Eles não podem se dar ao luxo de perder soldados. Para defender o terreno, é preciso treinamento adicional, o que reduz o número de extremistas disponíveis para uma guerra suicida;, observa. O iraquiano Alon Ben-Meir, especialista em Oriente Médio e professor de relações internacionais da Universidade de Nova York, não tem dúvidas de que ações suicidas se tornam menos efetivas. ;O jihadismo ainda está muito vivo em suas fileiras, mas o EI se viu obrigado a mudar a estratégia;, disse.



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