A intensa nevasca que ameaça a costa leste dos Estados Unidos chegou a Washington, D.C., rapidamente cobrindo de branco a capital americana. As autoridades pediram à população que procurasse refúgio.
As previsões meteorológicas indicam a possibilidade de mais de 60cm de neve em toda a região de Washington até a tarde de terça-feira (26/1), o que obrigará milhões de pessoas a permanecer em suas casas.
"O peso real desta tempestade será sentido no sábado. Pesadas nevascas, ventos fortes e ameaças de raios", escreveu no Twitter o Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês).
O alerta é válido para uma faixa da costa leste dos Estados Unidos, de Washington a Nova York. Vários estados do sul já foram afetados pelo fenômeno, com dezenas de milhares de residências sem energia elétrica.
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, pediu aos moradores que não saiam de casa. Escolas e prédios do governo permaneceram fechados hoje e, durante o fim de semana, o transporte público não funcionará.
"Quero ser muito clara com todos. Vemos isso como uma grande tempestade. Tem implicações de vida, ou morte", declarou a prefeita à imprensa.
Milhares de voos foram cancelados pelas duras condições meteorológicas.
"A visibilidade se reduzirá a cerca de zero", alertou o NWS, referindo-se a Washington.
"Fortes nevadas e tormentas causarão condições perigosas e serão um risco para a vida e a propriedade", acrescentou.
O jornal The Washington Post, que apelidou a tempestade de "Snowzilla" em referência ao monstro do cinema "Godzilla", informou esta tarde que o acúmulo de neve "superou rapidamente a marca de cinco centímetros na área metropolitana".
O Post advertiu ainda que, durante os picos da tormenta, pode-se chegar a entre cinco e oito cm de neve por hora entre sexta e sábado.
Na quinta-feira, o diretor do NWS, Louis Uccellini, afirmou que cerca de 50 milhões de pessoas poderão ser afetadas pela tempestade.
Até o momento, mais de 7.000 voos, entre domésticos e internacionais, foram cancelados, segundo a página de monitoramento aéreo flightaware.com.
Em Washington, as autoridades tomaram a decisão incomum de suspender durante todo o fim de semana o serviço de metrô, que transporta quase 700.000 pessoas por dia.
Depois dos anúncios das autoridades de que esta seria a maior nevasca em quase um século, os americanos correram para os supermercados e praticamente esvaziaram as prateleiras para se abastecer.
"Acho que vai ser um desastre", disse a enfermeira Sharonda Brown, enquanto esperava por um carro da Uber carregada de sacolas.
Caso as previsões se confirme, a tempestade pode ser quase tão grave como a de 1922, com 71 centímetros de neve e que deixou 100 mortos no desabamento do teto de um teatro com o peso da neve acumulada.
A tempestade já afetou os estados do sul, como Arkansas, Tennessee, Kentucky, Carolina do Norte, Virgínia Ocidental e Virgínia.
"As pessoas devem ficar em casa, e isso é extremamente importante para nossos cidadãos. Estamos tendo muitos acidentes", explicou o governador da Carolina do Norte, Pat McCrory, à CNN.
Quase 95.000 pessoas ficaram sem energia elétrica no estado, relataram funcionários de emergência no Twitter.
O canal CNN informou que em estados do sudeste dos Estados Unidos, 133.000 pessoas estavam sem energia elétrica na sexta-feira à noite.
Imagens das emissoras locais mostravam carros derrapando na cidade de Nashville, ao sul, no momento em que o Tennessee enfrenta sua pior tormenta de neve em 13 anos, de acordo com The Tennessean.
Mais ao norte, em Nova York, a expectativa é que a tempestade chegue a partir da madrugada de sábado e dure até o domingo ao meio-dia. O prefeito nova-iorquino, Bill de Blasio, também aconselhou que viagens sejam adiadas.
"Qualquer viagem desnecessária deve ser evitada. A menos que seja urgente, permaneçam fora das estradas", frisou, explicando que a cidade se prepara para uma emergência, com possíveis inundações costeiras.