"Mataram 19 pessoas, incluindo mulheres e crianças", afirmou o policial Mohamed Abdirahman, que chamou a ação de ataque "bárbaro e brutal" contra civis.
Uma testemunha, Hussein Ali, afirmou à AFP que contou 19 corpos retirados do restaurante. Algumas pessoas foram mortas à queima-roupa e outras morreram em consequência da explosão que atingiu o restaurante.
Após uma explosão violenta, vários homens armados invadiram o restaurante na quinta-feira à noite. "As pessoas tentavam fugir", afirmou outra testemunha, Abdirahman Halane, que estava ao lado do estabelecimento no momento do ataque. "Todos ficaram em pânico. Alguns corerram em direção aos homens armados, que os mataram", completou.
Os rebeldes shebab, ligados à Al-Qaeda, reivindicaram o ataque. Quatro insurgentes morreram e um foi detido. "Os combatentes mujahedines atacaram na praia do Lido", anunciaram os shebab na rádio Andalus, emissora utilizada pelos islamitas.
O anúncio destacou uma "grande operação contra os inimigos de Alá". O bairro da praia do Lido, em Mogadíscio, tem muitos restaurantes, incluindo alguns de luxo, onde muitos empresários costumam se reunir.
"O fato de terem escolhido este local durante uma noite do fim de semana demonstra até que ponto os rebeldes shebab não têm piedade", disse Abdirahman. "Queriam matar mais civis, mas as forças de segurança salvaram a maioria das pessoas", completou.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, visitou nesta sexta-feira os soldados feridos de seu país que foram hospitalizados em Nairóbi. Ele prestou homenagem "à coragem e dedicação dos heróis mortos" no ataque.
Os shebab, expulsos em 2011 de Mogadíscio e depois de seus principais redutos no centro e sul da Somália, continuam controlando amplas zonas rurais, a partir de onde executam operações de guerrilha e atentados suicidas contra os símbolos do frágil governo somali ou da força militar africana que apoia o Executivo.
No dia 15 de janeiro, os islamitas shebab atacaram e assumiram o controle de um acampamento da força da União Africana (UA) no sul da Somália. De acordo com várias testemunhas, mataram várias pessoas na ação.
A Somália não tem um verdadeiro governo central desde a queda do regime autoritário do presidente Siad Barre em 1991, que afundou o país no caos.