Um homem encontrado desacordado e congelado na neve foi ressuscitado por meio de uma técnica que esquenta o sangue e voltou ao hospital para agradecer à equipe médica que salvou a sua vida. ;Sou apenas muito grato. Sou a prova do que pode acontecer quando grandes pessoas trabalham em conjunto;, afirmou Justin, agora também chamado por amigos de ;homem de gelo;.
Justin Smith, 26 anos, foi achado na cidade de TrescKow, no Estado da Pensilvânia (Estados Unidos), no dia 21 de fevereiro de 2015. Inicialmente, foi dado como morto. ;Todos os sinais nos levam a acreditar que ele esteja morto há bastante tempo;, disse à polícia um paramédico na ocasião. Estudante de psicologia, Justin tinha saído para beber com amigos e, por isso, voltou para casa andando, em um percurso de 3 quilômetros. Apesar de não ter nenhuma lembrança do que aconteceu, os médicos acreditam que Justin escorregou e bateu a cabeça, ficando desacordado numa noite com temperaturas na casa dos -4;C. Ele ficou entre 21h30 e 7h30 ao relento, quando foi encontrado por seu pai. ;Ele estava congelado como um bloco de concreto. Comecei a chacoalhá-lo e dizer: você não vai me deixar;, contou o pai, de acordo com informações da BBC.
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Smith foi encaminhado para o hospital de Lehigh Valley, onde foi atendido por uma equipe de 15 pessoas. Foram duas horas de ressuscitação cardiopulmonar, enquanto o corpo passava por um processo de reaquecimento. Posteriormente, ele foi transferido para outro hospital em um helicóptero. Durante o trajeto de 18 minutos, paramédicos fizeram 100 compressões cardíacas por minuto, com oxigenação, para que o sangue continuasse circulando para o cérebro.
Justin só foi ressuscitado após ser submetido a um procedimento chamado oxigenação por membrana extracorpórea, que consiste na remoção do sangue, que é oxigenado e aquecido antes de retornar ao corpo. A técnica é apontada como último recurso de salvamento de pacientes com coração ou pulmões comprometidos.
Após todo esse processo, Justin ainda tinha 50% de chances de não sobreviver, porém, após 1h30 o coração de Justin estava batendo novamente. Ele seguiu em coma por dois dias, sobrevivendo por aparelhos, até que, alguns dias depois, exames revelaram que o cérebro do estudante apresentava normalidade. ;Estávamos eufóricos. Acreditamos que era um milagre acontecendo em nossa frente;, apontou o neurologista John Castaldo.
Um mês depois, Justin abriu os olhos e passou a seguir estímulos, sinalizando recuperação cerebral. Nos três meses que passou internado, os rins e pulmões não funcionavam e seus dedões do pé e dedos mindinhos das mãos foram amputados em decorrência de gangrenas. Após um processo de recuperação, Smith reaprendeu a usar as mãos e a se locomover e, atualmente, já planeja o retorno para o curso de psicologia na universidade.