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Violência no Iraque atinge índices 'atordoantes', motivada por jihadistas

Relatório das Nações Unidas revela índices alarmantes de violência no Iraque e divulga casos macabros de execuções cometidas pelo Estado Islâmico. Pelo menos 3,5 mil mulheres e crianças foram transformadas em escravas pelos jihadistas



Subestima
Morador de Bagdá, o jornalista iraquiano Methaq Al-Fayyadh, 36 anos, disse ao Correio não ter ficado impressionado com os números do relatório da ONU. ;Eu acho que o Estado Islâmico fez muito mais do que foi reportado;, comentou. ;Tenho conversado com pessoas em áreas sob controle do Daash (acrônimo árabe para EI). O grupo usa guerra psicológica para amedrontar os civis. Isso inclui amputações, execuções em público e detenções.;

De acordo com Methaq, a cidade de Mossul foi palco ontem de novas violações cometidas pelo EI. ;Elementos do Daash organizaram uma festa para casar seis meninas yazidis. Uma delas escapou e buscou ajuda com um morador. Os jihadistas conseguiram localizá-la e a trouxeram de volta. Antes, assassinaram o homem que tentou abrigá-la;, contou. A aviação iraquiana bombardeou o local da reunião do EI e matou 20 pessoas. Uma declaração das Forças Armadas do Iraque não esclarece se as seis garotas foram estupradas pelos militantes, nem se elas sobreviveram ao ataque. ;O Exército conseguiu liberar mais áreas do EI no oeste do país, mas a pergunta é: por que a coalizão internacional liderada pelos EUA não consegue, destruir o grupo?;, questiona Methaq.