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Dois ataques palestinos contra mulheres israelenses em menos de 24h

Uma das vítimas não resistiu aos ferimentos e morreu na presença dos filhos

Um palestino esfaqueou uma mulher nesta segunda-feira (18/01) em uma colônia perto de Jerusalém e depois foi ferido pelas forças de segurança no segundo ataque contra uma israelense no sul da Cisjordânia em menos de 24 horas. Até agora, a violência era dirigida, sobretudo, contra homens e ainda não havia cruzado os acessos estreitamente vigiados das colônias da Cisjordânia, aldeias israelenses implantadas nos territórios palestinos ocupados desde 1967. O perfil das vítimas e as circunstâncias em que foram atacadas chocaram Israel.

Michal Froman, de 30 anos, foi gravemente ferida quando caminhava em uma rua da colônia de Tekoa, sudeste de Jerusalém, anunciaram o Exército e o porta-voz do hospital Shaare Tzedek de Jerusalém, onde ela está hospitalizada. Sua vida não corre perigo. O agressor de 17 anos foi internado em estado grave no hospital israelense Hadassah de Jerusalém, após ter sido atingido por tiros das forças de segurança. Ao mesmo tempo, as forças israelenses continuam as buscas do agressor que esfaqueou e matou no domingo uma israelense em uma colônia ao sul da cidade de Hebron.

Último adeus

Dafna Meir, uma enfermeira de 38 anos e mãe de seis filhos, foi morta a facadas em sua casa de Otniel, na presença de vários filhos, com idades entre 4 e 17 anos, segundo a imprensa. As crianças não foram feridas. Meir foi sepultada na manhã desta segunda-feira, no vasto cemitério de Har Hamenuhot, situado nos altos de Jerusalém. Centenas de pessoas desafiaram o frio intenso e as nuvens de poeira para dar o último adeus. "Vamos prender o odioso terrorista que assassinou Dafna Meir, que, ao lado de seu marido, criava seis filhos", prometeu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. "Os que tentarem nos prejudicar serão levados à Justiça e pagarão um preço alto", completou, ao apresentar pêsames à família.

"Olha, mamãe, quantas pessoas vieram se despedir de você", declarou a filha Renana, de 17, junto ao pai, o qual, bastante abalado, abraçava as outras duas filhas. A cerimônia contou com a presença de muitos amigos, pessoas próximas à família, colegas de trabalho, colonos, religiosos, ministros e outros políticos. "Uma hora antes, discutíamos sobre o esmalte que eu usaria. Você não vai poder me acompanhar no meu casamento. Eu não pude ajudar você no seu pior momento", afirmou a jovem, aos prantos.

Meir trabalhava em Beer Sheva, em Israel, onde atendia israelenses e palestinos, relatou a imprensa local. Dois de seus filhos são adotados. O embaixador americano em Israel, Dan Shapiro, e o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, condenaram duramente os recentes ataques.

De Tel Aviv, Shapiro pôs em xeque a política de colonização israelense, que provoca "preocupação e perplexidade" nos EUA. Shapiro condenou os ataques e os dois pesos e duas medidas em relação ao Estado de direito, o qual, às vezes, parece "um para os israelenses e outro diferente para os palestinos". Já Mladenov disse estar "alarmado" diante da "instabilidade" da situação nos territórios palestinos.

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Proibida entrada de palestinos nas colônias

Em consequência dos ataques, as autoridades proibiram nesta segunda-feira a entrada de milhares de trabalhadores palestinos nas colônias do sul da Cisjordânia. Cerca de 400.000 colonos israelenses convivem, em clima de tensão, com 2,5 milhões de palestinos na Cisjordânia. As forças israelenses garantem a segurança das colônias, cujas entradas são bastante vigiadas. Cerca de 26.000 palestinos trabalham nas colônias, porém, onde são mais bem pagos do que no restante do território.

Desde o início da onda de violência em outubro, 155 palestinos e 24 israelenses morreram. Muitos palestinos foram mortos quando atacavam, ou tentavam atacar, civis ou integrantes das forças israelenses, em sua maioria com armas brancas. Um americano e um cidadão da Eritreia também morreram desde outubro.