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Análise descarta descoberta da neta nº 120 da 'Avó da Praça de Maio'

A notícia de que Clara Ahaní havia sido encontrada, divulgada pela Fundação Anahí dedicada a sua busca, comoveu os argentinos na véspera de Natal e inclusive o presidente Mauricio Macri

Buenos Aires, Argentina - Uma notícia terrível chegou na sexta-feira (26/12) para María "Chicha" Mariani, uma das fundadoras das Avós da Praça de Maio, ao ser descartada a descoberta de Clara Anahí, roubada quando tinha três meses de vida pela ditadura argentina (1976/1983) e a quem busca incessantemente há 39 anos. Em uma guinada inesperada, a Unidade Especializada em casos de Apropriação de Meninos e Meninas informou em um comunicado que duas análises genéticas oficiais descartam a descoberta da neta 120 anunciada na quinta-feira.



Em 24 de novembro de 1976 Clara Anahí, uma bebê de apenas três meses, foi sequestrada por um policial depois que sua mãe, Diana Teruggi, foi assassinada junto a outros três militantes do grupo guerrilheiro Montoneros (esquerda peronista) durante uma violenta operação policial em sua casa em La Plata.

Daniel Mariani, filho de Chicha, que não estava em casa naquele dia, foi morto a tiros oito meses depois. Diferentemente de Clara, a maioria dos 119 netos recuperados nasceram enquanto suas mães, depois desaparecidas, estavam em cativeiro em um dos mais de 500 centros clandestinos instalados no país durante o regime ditatorial. Em agosto de 2014, Estela Carlotto, atual presidente das Avós da Praça de Maio, encontrou seu neto, Ignacio Montoya Carlotto, em um caso que comoveu o mundo.