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Primeiros cachorros in vitro nasceram nos Estados Unidos

Os pesquisadores conseguiram desenvolver uma técnica que trouxe uma taxa de sucesso de fecundação in vitro de 80 a 90%

Washington, Estados Unidos - Os primeiros filhotes de cachorro concebidos in vitro nasceram nos Estados Unidos, marcando, após décadas de tentativas, o sucesso de um processo de fertilização in vitro para cães, que é comumente utilizado em humanos há três décadas.

Este sucesso abre a possibilidade de preservar as espécies ameaçadas de caninos usando a modificação genética para eliminar doenças hereditárias em algumas espécies de cães, informou o estudo publicado nesta quarta-feira pela revista Public Library of Science ONE.

Sete cachorros nasceram em julho, uma mistura de beagle, labrador e cocker, todos em perfeito estado de saúde, explicou Alex Travis, que liderou o experimento e é professor de biologia da reprodução na faculdade veterinária da Universidade de Cornell (Estado de Nova York).

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Ao todo, foram fecundados 19 embriões no laboratório, os quais foram implantados numa cadela.

"Tentávamos desde meados da década de 1970 a fecundação in vitro com os cachorros, mas não tínhamos sucesso", lembrou Alex Travis.

A dificuldade se explica pelo fato de que os ciclos de reprodução dos cachorros são diferentes dos outros mamíferos, o que complica a fecundação dos ovócitos.

Os pesquisadores conseguiram desenvolver uma técnica que trouxe uma taxa de sucesso de fecundação in vitro de 80 a 90%, disse Travis.

Em 2013, os especialistas conseguiram superar outro obstáculo: o congelamento dos embriões, que permite reinseri-los no ovócito da cadela (equivalentes às trompas de Falópio nas mulheres) no momento mais apropriado de seu ciclo reprodutivo, uma a duas vezes ao ano, explicaram os cientistas.

Os cachorros compartilham mais de 350 doenças hereditárias e traços com os seres humanos, assim como quase duas vezes mais genes que outras espécies animais com a espécie humana.

Por isso, "os cachorros oferecem uma ferramenta poderosa para compreender os fundamentos genéticos das doenças" humanas, explicou Travis.

A técnica desenvolvida também irá ajudar a reproduzir espécies ameaçadas de extinção.

"Podemos agora usar esta técnica para preservar o patrimônio genético de espécies ameaçadas de extinção e perpetuar".