Foi na figura do falecido antecessor Hugo Chávez que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, buscou conforto em meio aos piores dias de seu governo. ;A três anos da mensagem de nosso comandante, hoje, mais do que nunca, está vigente seu chamado à unidade, para salvar a Pátria;, escreveu, ontem, no Twitter. Em 8 de dezembro de 2012, Chávez fez um discurso histórico, no qual cobrou dos seguidores ;unidade, luta, batalha e vitória; diante do ;inimigo capitalista;. Enquanto Maduro se apegava ao passado e repetia a cobrança de Chávez, a Mesa da Unidade Democrática (MUD) começava a articular os planos de uma nova Venezuela. José Guerra e Miguel Pizarro, deputados eleitos da coalizão opositora, anunciaram a criação de comissões de trabalho para a legislatura e pediram às diretorias do Banco Central de Venezuela (BCV), do Instituto Nacional de Estadísticas (INE), da Petróleos de Venezuela (PDVSA) e do Ministério das Finanças ;toda a informação que têm ocultado durante um ano;.
A MUD e o governo divulgavam dados contraditórios sobre o avanço da apuração das eleições parlamentares do último domingo. Os opositores garantem ter obtido as 112 cadeiras da Assembleia Nacional necessárias para a maioria qualificada e classificam de ;absurdo; o boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), segundo o qual a coalizão reunia 107 assentos contra 55 do oficialista Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV). Jesús ;Chúo; Torrealba, secretário executivo da MUD, qualificou a demora no anúncio dos resultados de ;uma operação comunicacional para tratar de diminuir o impacto da notícia da pesada derrota sofrida pelo partido do governo;. ;Aos 107 deputados reconhecidos pelo CNE, é preciso agregar os três de representação indígena, pois pertencem à Unidade. Isso soma 110 deputados;, emendou Torrealba, ao garantir que os dois restantes também fazem parte da oposição.
Economia
Em entrevista por telefone ao Correio, o deputado opositor eleito Julio Borges ; coordenador nacional do partido Primero Justicia ; explicou que a nova Assembleia Nacional deverá manter foco imediato na convivência política e em uma solução para a crise econômica. ;Vamos demandar a libertação dos presos políticos e o retorno dos exilados à Venezuela. Outro ponto, enorme para nós, é o da crise econômica, que se agrava aceleradamente, sobretudo no campo dos alimentos e da medicina. Estamos em um nível de crise humanitária;, afirmou. Segundo Borges, a determinação com que a população exerceu o direito ao voto representou um grito por mudanças econômicas. ;O governo precisa saber ler isso com exatidão;, aconselhou o político.
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