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Tribunal tem novas audiências contra suposto líder do 11 de setembro

Mais de 14 anos depois dos ataques que mataram três mil pessoas em Nova York, Pentágono e Pensilvânia, o processo judicial contra os cinco detidos em Guantánamo continua estagnado

O tribunal militar de exceção de Guantánamo tem, na prisão da ilha de Cuba esta semana, novas audiências preparatórias do processo contra Khaled Sheikh Mohammed, suposto cérebro dos atentados de 11 setembro, e outros quatro acusados.

Mais de 14 anos depois dos ataques que mataram três mil pessoas em Nova York, Pentágono e Pensilvânia, o processo judicial contra os cinco detidos em Guantánamo continua estagnado. Os inúmeros recursos de defesa e quebra-cabeças logístico movidos a cada audiência pelo juiz, advogados e outros funcionários da justiça acabam por bloquear o avanço do processo.

Detido no Paquistão em 2003, Khaled Sheikh Mohammed, nascido no Kuwait, mas de origem paquistanesa, é um dos presos torturados pela CIA em suas prisões secretas. Foi transferido para Guantánamo em 2006. Os outros quatro acusados são os iemenitas Walid Ben Attach e Ramzi ben al-Shaiba, o saudita Mustafá al-Hussaui e o sobrinho de Sheikh Mohammed, Ammar al-Baluche, conhecido como Ali Abdul Aziz Ali, também paquistanês. Os cinco podem ser condenados à morte, mas ainda faltam anos pela frente antes de que uma decisão seja proferida.



Esta semana, o juiz que dirige o processo, o coronel James Pohl, abordará várias monções apresentadas pela defesa, incluindo um recurso para rechaçar um dos membros da equipe que defende os acusados, revelado como um colaborador da CIA. O presidente Barack Obama havia prometido fechar a prisão de Guantánamo em sua campanha eleitoral de 2008, mas nunca pôde fazê-lo devido à forte oposição no Congresso.

Os partidários do fechamento estimam que Guantánamo é o símbolo dos Estados Unidos que perdeu seus pontos de referência depois do 11 de setembro, sob a administração de George W. Bush. "A ideia de deter alguém por tanto tempo, sem saber se algum dia recuperará sua liberdade, sem processo, sem julgamento, é uma forma de tortura", declarou à AFP o advogado Jonathan Hafetz, que defende um prisioneiro de Guantánamo.

A princípio, os cinco acusados deverão comparecer nesta terça-feira, mas o programa de audiências é modificado frequentemente no último momento. Nesta segunda-feira, o dia será dedicado à troca de pareceres a portas fechadas entre os advogados e o juiz.