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Alemanha: Conselho Central de Muçulmanos lamenta intervenção na Síria

O governo alemão decidiu intervir na luta contra o EI, depois do pedido de ajuda feito pela França após os atentados de 13 de novembro

Berlim, Alemanha - O presidente do Conselho Central de Muçulmanos da Alemanha (ZMD), Aiman Mazyek, lamentou neste sábado a participação alemã nas operações militares contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, denunciando uma "receita" fadada ao fracasso.

"Vivemos outra vez a aplicação da receita ;Guerra contra o Terror;", denunciou Mazyek em entrevista ao jornal "Neue Osnabrücker Zeitung", um dia depois de o Parlamento alemão aprovar o envio de até 1.200 soldados alemães para combater o EI na Síria.

"No passado, essa receita fracassou e, hoje, sabemos ainda mais que a ;Guerra contra o Terror; apenas reforça o terror, o que significa: depois da Al-Qaeda veio o EI. Quem será o próximo?", questionou.

Para Mazyek, a emergência desses grupos "é fruto de uma política guerreira muito mal dirigida", sobretudo no Iraque.

"Semeamos a guerra e colhemos refugiados e terrorismo", opinou.

O presidente do ZMD, uma das associações que representam os muçulmanos alemães, sugere a interrupção da entrega de armas no Oriente Médio, que se pressione as potências regionais para que negociem e proponham um plano de paz e de reconciliação para "esgotar" as raízes do terrorismo.

O governo alemão decidiu intervir na luta contra o EI, depois do pedido de ajuda feito pela França após os atentados de 13 de novembro.

Apesar das críticas da oposição, a adoção do plano superou todas as etapas necessárias em tempo recorde.

Além dos cerca de 1.200 soldados, a Alemanha enviará pelo menos uma dúzia de aviões de reconhecimento Tornado e uma fragata para escoltar o porta-aviões francês Charles de Gaulle.

A Alemanha não fará bombardeios sobre a Síria, ou o Iraque, ao contrário de França, Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. Esses países iniciaram uma campanha de ataques aéreos na última quinta-feira.