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Vídeo do Estado Islâmico mostra crianças-soldado matando reféns

Cada um dos meninos é mostrado depois correndo através de uma fortaleza em ruínas, com uma trilha sonora dramática, até encontrar um prisioneiro

Beirute - O grupo Estado Islâmico (EI) publicou nesta quinta-feira um vídeo que mostra seis crianças-soldado executando membros das forças de segurança sírias feitos reféns pela organização extremista.

Chamado "Às crianças judias", o vídeo mostra dezenas de meninos, de cerca de 10 anos de idade, estudando textos religiosos e indo para o combate corpo a corpo.

Seis deles são escolhidos pelo instrutor para "enviar uma mensagem" aos opositores do EI, matando membros das forças de segurança sírias prisioneiros do grupo que desde 2013 ocupa a Síria, país devastado pela guerra.



Cada um dos meninos é mostrado depois correndo através de uma fortaleza em ruínas, com uma trilha sonora dramática, até encontrar um prisioneiro. Cada prisioneiro diz seu nome, sua data de nascimento e explica seu papel nas forças de segurança do regime.

O vídeo, que segundo o grupo foi filmado no leste da província síria de Deir Ezzor (leste), mostra as crianças executando os seis cativos; cinco são mortos por tiros e um é enforcado.

Um programa chamado "jovens leões do Califado" pelo EI mostra um treinamento militar e religioso intensivo às crianças nas diferentes regiões controladas pelo grupo extremista na Síria.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), o EI recrutou mais de 1.100 crianças desde o início do ano, e mais de 50 foram mortas.

"O que é chocante é que o grupo não esconde, publiciza", declarou à AFP Nadim Houry, vice-presidente da Human Rights Watch (HRW) para o Oriente Médio e Norte da África.

"O recurso às crianças-soldado fazem parte de um esforço de doutrinação muito maior...O EI não para de dizer que eles são a nova geração", afirmou.

Responsável por atrocidades e acusado de crimes contra a Humanidade, o EI divulgou múltiplos vídeos de execuções por métodos bárbaros desde que assumiu o controle de grandes áreas do território da Síria e do Iraque, sobre os quais ele proclamou um "califado". Tais vídeos tornaram-se sua principal arma de propaganda.