Muitos deputados usaram sua vez de falar para exigir revoltados que Cameron se desculpasse por ter chamado de "simpatizantes terroristas" os que se opõem a sua iniciativa, em uma reunião com colegas conservadores na terça-feira. Estas palavras "degradam o cargo de primeiro-ministro e minam a seriedade das deliberações", respondeu o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, que deu liberdade de voto a sua bancada.
Corbyn lamentou o resultado da votação, que rompeu inclusive as fileiras dos conservadores e dos trabalhistas, com muitos deputados votando contra seus líderes. "Os soldados britânicos estarão agora em perigo e a perda de vidas inocentes é tristemente inevitável", comentou.
As dúvidas criadas pelas guerras do Iraque e do Afeganistão, das quais o Reino Unido participou a pedido do então premiê Tony Blair, pesaram no debate. "O fantasma do Iraque, do Afeganistão e da Líbia paira sobre esse debate", disse Corbyn. "Isso não é 2003. Não podemos usar erros passados para justificar a indiferença, ou a passividade", rebateu Cameron.
A permissão do Parlamento acontece dois anos e meio depois da rejeição a participar de uma ação militar contra o presidente sírio, Bashar Al-Assad, por usar armas químicas contra a população de seu país.