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COP21: Obama alerta sobre clima na retomada da maratona de negociações

"Levar 200 nações a um acordo sobre qualquer coisa é difícil", admitiu o presidente dos Estados Unidos

Le Bourget, França - Lutar contra o aquecimento global é "um imperativo econômico e de segurança", alertou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nesta terça-feira, aumentando a pressão sobre os delegados de 195 países na COP21 envolvidos numa maratona de 10 dias de negociações por um acordo.

É "um imperativo econômico e de segurança que temos de abordar agora", disse Obama durante uma coletiva de imprensa em Paris. No ritmo atual, nós devemos "rapidamente alocar mais dos nossos recursos econômicos e militares" para adaptação às alterações climáticas, explicou.

Este alerta aumentou ainda mais a pressão sobre os negociadores das Nações Unidas reunidos em Le Bourget, perto de Paris, que na retomada das discussões foram convidados pelo presidente da conferência, Laurent Fabius, a "trabalhar duro".

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Para o presidente francês, François Hollande, que visitou o local, assim como para seu homólogo norte-americano, a conferência, que terminará em princípio em 11 de dezembro, está no bom caminho, mas nada é garantido.

Ela está num "bom caminho", estimou Hollande, embora aponte "duas dificuldades": "ou o barco está carregado e afunda, ou fica mais leve e não vai a lugar nenhum". "Tem que ser um barco que faça com que o mundo avance nos próximos anos com um horizonte, um objetivo, e meios certos para chegarmos a menos de dois graus de aquecimento", explicou.

Barack Obama se disse "otimista". "Nós vamos ter sucesso", afirmou. "Levar 200 nações a um acordo sobre qualquer coisa é difícil", admitiu o presidente dos Estados Unidos, que esteve em Copenhague em 2009, durante a última tentativa de chegar a um acordo climático global que se transformou em um fiasco.

-;Dezenas de milhões de refugiados;-

Temos que "avançar sobre o fundo, a substância, a fim de cumprir o mandato extremamente forte dado" na segunda-feira por cerca de 150 chefes de Estado e de governo, declarou Laurent Fabius, enquanto as sessões de discussão anteriores dificilmente permitiram progressos.

Esta cúpula teve como objetivo dar um impulso político no início das discussões - algo que faltou em Copenhague.

"Chegou a hora de elaborarmos políticas coletivas que respondam às inquietudes de todas as partes e possam ser adotadas por consenso", ressaltou Daniel Reifsnyder, co-presidente dos debates.

A tarefa parece árdua, o projeto de cerca de cinquenta páginas contendo ainda mais opções.

"Mais de 200", segundo uma ONG, a Fundação Nicolas Hulot, que enumerou também "mais de 1.200 expressões ou frases ;entre colchetes;" colocadas em discussão.

O texto em discussão é dividido em seções principais: meta de longo prazo de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, a adaptação às alterações climáticas, o financiamento de políticas climáticas nos países em desenvolvimento, um mecanismo para revisar regularmente para cima os compromissos dos países, etc.

Os negociadores devem entregar uma versão reduzida do texto neste sábado aos ministros do Meio Ambiente e da Energia, que assumirão as discussões durante a segunda semana da COP.

O acordo esperado em Paris deve envolver toda a comunidade internacional para reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa, a fim de limitar o aquecimento global a 2 graus acima era pré-industrial.

Um objetivo considerado insuficiente pelos países mais vulneráveis, como os países insulares que enfrentam a subida das águas.

Algumas nações insulares "podem desaparecer completamente", lembrou Obama, preocupando-se com os potenciais "dezenas de milhões de refugiados do clima na região da Ásia Pacífico".

Ele também esclareceu a posição do seu país sobre a natureza vinculante do acordo: "Os procedimentos que garantam a transparência e revisões regulares (dos compromissos para reduzir as emissões de efeito estufa) devem ser legalmente obrigatórias", afirmou Obama, excluindo, contudo, que os objetivos financeiros sejam obrigatórios.