Antes de o chefe de Estado, único orador da cerimônia, tomar a palavra, um orador pronunciou o nome e a idade de cada uma das vítimas. "Eles eram a juventude da França", declarou Hollande, lembrando que a maioria das vítimas "tinham menos de 35 anos". O presidente prestou homenagem a essa "geração", massacrada em restaurantes e na casa de shows Bataclan, que se tornou "o rosto da França".
Apenas algumas poucas famílias das vítimas se recusaram a participar da homenagem, que contou com a presença de inúmeras personalidades políticas, repreendendo o governo de não ter tomado medidas de segurança "fortes" após os atentados de 7 de janeiro, que causaram 17 mortes em Paris e seus subúrbios, incluindo vários jornalistas da revista Charlie Hebdo.
Coalizão única
Hollande, que na quinta-feira se reuniu em Moscou com seu colega russo Vladimir Putin para tentar garantir que os países que lutam contra o EI coordenem as suas ações, viajará nesta sexta-feira à tarde para Malta para participar da cúpula da Commonwealth.
Após o encontro com Putin, Hollande anunciou que a França e a Rússia decidiram "coordenar e intensificar" os seus ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria. Essa colaboração não impede a persistência de divergências entre os dois países sobre o futuro político da Síria.
A França segue exigindo a saída do presidente Bashar al-Assad, enquanto a Rússia o apoia, considerado-o um "aliado natural na luta contra o terrorismo". "Infelizmente, os nossos parceiros não estão dispostos a trabalhar juntos em uma coalizão única", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta sexta-feira. Além de Paris, esssa declaração diz respeito a Washington, que na terça-feira respondeu negativamente à proposta de Hollande de organizar uma coalizão ampla de combate ao EI.
Os presidentes Barack Obama, Vladimir Putin e François Hollande se reunirão na segunda-feira em Paris, no âmbito da conferência da ONU sobre o clima, COP21, e não se descarta uma possível reunião para abordar novamente a questão da Síria.
Nesta sexta-feira, pela primeira vez, o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, levantou a possibilidade de que as forças do regime sírio sejam associadas à luta contra o EI, "no quadro de uma transição política".