A polícia francesa vasculhou hoje as casas de supostos radicais islâmicos em todo o país, horas depois de bombardeios lançados contra alvos do Estado Islâmico na Síria, numa operação de resposta aos múltiplos ataques em Paris que deixaram pelo menos 129 mortos.
Segundo o primeiro-ministro da França, Manuel Valls, a operação foi conduzida em várias cidades francesas para evitar novos ataques no país ou em outras partes da Europa.
"Estamos mostrando nossa determinação de combater o terrorismo e os que estão ligados ao terrorismo, o islamismo radical, grupos salafistas e todos aqueles que pregam ódio à República", disse Valls, em entrevista à emissora de rádio de RTL.
A ofensiva contra grupos radicais vem após jatos franceses bombardearem posições do Estado Islâmico perto de seu reduto em Raqqa, na Síria. Valls afirmou que a França está em guerra contra o terrorismo e que os ataques em Paris foram "concebidos, organizados e planejados" na Síria.
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Vinte aviões participaram dos ataques na Síria e lançaram 20 bombas, que tiveram como alvos um centro de comando, incluindo um depósito de armas e um posto de recrutamento, e um campo de treinamento, segundo um oficial da defesa francesa.
Valls alertou que o terrorismo pode voltar a atacar novamente em território francês "nos próximos dias ou semanas". Relatórios de inteligência mostram que outros atentados estão sendo preparados na França e outros países europeus, disse o premiê, acrescentando que planos para pelo menos cinco ataques terroristas foram frustrados desde meados do ano.
Valls afirmou ainda que autoridades francesas planejam cancelar eventos relacionados à cúpula internacional sobre clima que será realizado este mês no país, mas não o evento em si.
Os ataques em Paris foram lançados em várias partes da cidade, na noite de sexta-feira, e tiveram início no Stade de France, o maior estádio do país, durante uma partida de futebol das equipes da França e da Alemanha.
O Estado Islâmico se responsabilizou pelos ataques na capital francesa, com o argumento de que se trataram de uma retaliação aos bombardeios da França contra o grupo na Síria e no Iraque. Fonte: Dow Jones Newswires.