As forças de seguranças francesas e europeias lançaram uma caçada a um homem suspeito de ter participado ativamente dos ataques de sexta-feira à noite na capital francesa, que deixaram 129 mortos e mais de 300 feridos. Identificado como Abdeslam Salah, 26 anos, ele teria agido coms dois irmãos. Ibrahim Salah, 31, morreu nos atentados, e o outro, de 20 anos, cujo nome não foi divulgado, está detido na Bélgica. A polícia divulgou uma foto de Salah e pediu ajuda da população para encontrá-lo. Em entrevista à tevê CNN, a senadora francesa Nathalie Goulet informou que os investigadores acreditam que Salah tenha sido responsável por fabricar os coletes de explosivos usados pelos terroristas. Segundo as autoridades, dos sete jihadistas mortos, ao menos três eram franceses e tinham entre 20 e 31 anos. Seis explodiram os coletes e um foi baleado.
[SAIBAMAIS]Até a noite de ontem, sete pessoas haviam sido presas na Bélgica e seis na França, por suspeita de conexão com a série de atentados. Entre os detidos estão seis familiares de Omar Ismail Mostefai, francês de 29 anos, primeiro jihadista a ter o nome divulgado (leia ao lado). Outro homem-bomba foi identificado pela senadora Goulet como Bilal Hadfi, nascido em 1995 e residente na Bélgica.
Policiais confirmaram que o terrorista que conseguiu escapar é o provável responsável por alugar, em Bruxelas, um Volkswagen Polo preto usado na noite dos ataques e abandonado próximo à casa de shows Bataclan. Segundo funcionários, Salah foi parado em uma barreira policial na fronteira entre os dois países, na manhã de sábado. Ele estava acompanhado de outros dois homens e teve a identidade checada, mas foi liberado por não haver no momento nenhum alerta citando o seu nome.
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Em outro carro com placa belga, um Leon Seat preto, policiais franceses encontraram três fuzis automáticos Kalashnikov e vários pentes de munição. Os investigadores acreditam que o segundo carro também tenha sido alugado por um dos irmãos Salah. O veículo foi abandonado no subúrbio de Montreuil, no leste de Paris, possivelmente durante a fuga dos terroristas.
Emergência
Às vésperas de grandes eventos em território francês ; entre 6 e 13 de dezembro, o país terá eleições regionais e sediará a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-21) ;, o desafio de manter a segurança pode levar o governo a prorrogar por seis meses o estado de emergência, decretado horas depois dos ataques. O presidente François Hollande pediu autorização do Legislativo para estender a medida, informou um parlamentar.
Em um ato político excepcional, Hollande discursa hoje para as duas câmaras do parlamento, reunidas no Congresso, em Versalhes. O presidente se referiu aos atentados de sexta-feira como ;um ato de guerra; e ordenou a mobilização de forças especiais. Dez mil militares estão mobilizados em todo o país até amanhã, quando termina o luto oficial de três dias. Às 13h (10h em Brasília), depois de ser cumprido um minuto de silêncios, os museus serão reabertos em Paris.
Homenagens
Apesar de o governo ter pedido à população que evitasse aglomerações, centenas de pessoas visitaram ontem os locais dos ataques e prestaram homenagens às vítimas. Líderes muçulmanos, acompanhados de representantes da comunidade judaica, depositaram flores diante da casa de espetáculos Bataclan, onde foram mortas 89 pessoas. Os sinos da Catedral de Notre Dame repicaram às 18h15 (15h15 de Brasília), pouco antes do início de uma missa solene pelas vítimas.
Em meio à tensão e ao medo de novos ataques, uma série de alarmes falsos provocou correria nas ruas de Paris. A polícia chegou a liberar o espaço em frente à Notre Dame, afastando temporariamente afastando a multidão que acompanhava. Na Praça da República, próxima a três restaurantes atacados, barulhos semelhantes a fogos de artifício provocaram pânico entre as milhares de pessoas concentradas no local. No Marais, também na região central, houve correria nos restaurantes e cafés. Helicópteros sobrevoaram a área e a polícia afastou a suspeita de novos ataques.