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Ruas ficam desertas e bares vazios: silêncio toma conta da noite parisiense

Em meio ao marasmo, alguns poucos baladeiros resolvem desbravar este silêncio, para continuar a vida



"Aqui é o lugar mais seguro do mundo hoje. Eles não vão voltar aqui", garante Rachel, que lamenta o fato de não poder terminar a noite numa discoteca, como fariam normalmente. "Queremos fazer de conta que tudo está bem, compartilhar o momento, não ficar sozinhos", afirma Beno;t, num pub do canal Saint-Martin, perto do local onde atiradores mataram 15 pessoas, na esquina entre as ruas Bichat e Alibert. "Já faz três horas que estou neste bar, e todo mundo só fala sobre isso", conta o rapaz de 26 anos, que se levanta para deixar o local, antes de ser impedido pelo vizinho Julien, que levanta sua caneca de cerveja: "Não está na hora de desistir, não agora"!

Beno;t responde, constrangido: "isso não é Charlie Hebdo (os atentados de janeiro, que tiveram como alvo a redação de um jornal satírico), agora, todo mundo é alvo. É isso que muda. Eu me sinto perseguido por ser um cara normal".