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Nove mortos na capital do Burundi antes de operação da polícia

Objetivo da ação era apreender armas

Nove pessoas morreram em um bairro de oposição em Bujumbura, poucas horas antes de uma grande operação policial para buscar armas, em um novo episódio de violência que provoca o temor de uma escalada no Burundi.

As nove pessoas foram "executadas" no sábado (7/11) à noite em um bar, denunciou o prefeito da capital, Freddy Mbonimpa.

A comunidade internacional teme um conflito étnico em grande escala, mas a presidência do país africano afirmou no sábado que não existe guerra nem genocídio.

Os opositores protestam contra a intenção do presidente Pierre Nkurunziza de disputar um terceiro mandato.

Em Bujumbura, centenas de policiais cercaram na madrugada deste domingo o bairro opositor de Mutakura, na zona norte da capital, onde revistaram várias casas à procura de armas, segundo testemunhas.

"A polícia iniciou uma operação de armas em Mutakura", disse o prefeito Mbonimpa, antes de destacar que as revistas acontecem de "maneira profissional, porque os policiais têm detectores de armas".

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O presidente Nkurunziza havia estabelecido prazo até sábado à noite para que os opositores entregassem as armas em troca de uma anistia e advertiu que, ao fim do prazo, a polícia poderia usar "todos os meios" a sua disposição.

A oposição, a sociedade civil e parte de seus simpatizantes consideram que um terceiro mandato é contrário à Constituição e ao acordo de Arusha que acabou com a guerra civil (1993-2006).

O presidente da vizinha Ruanda, Paul Kagame, acusou o governo do Burundi de "massacrar o seu povo" e disse que a situação recorda a de seu próprio país em 1994, quando um genocídio matou 800.000 pessoas, em sua maioria da minoria tutsi, por um governo predominantemente hutu.

[SAIBAMAIS]