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Charge do Charlie Hebdo satiriza acidente aéreo no Egito e irrita a Rússia

Porta-voz do Kremlin considerou a caricatura uma "blasfêmia". Internet protestou contra publicações

As charges publicadas pela revista francesa satírica Charlie Hebdo sobre o desastre aéreo do Airbus A-321 que caiu na península do Sinai, no Egito, e causou a morte de 224 pessoas no último sábado (31/10), irritaram as autoridades da Rússia. Uma das imagens mostra destroços do avião e um passageiro caindo do céu sobre um homem que veste túnica e porta uma metralhadora. No topo do desenho, há a frase ;Daesh: a aviação russa intensificou seu bombardeio; ; ;Daesh; é o acrônimo em árabe referente ao grupo extremista Estado Islâmico (EI), que controla partes da Síria e do Iraque.

A outra caricatura direciona críticas a russos e franceses. Nela, há um avião em chamas e a legenda ;os perigos do baixo-custo russo;. À frente da aeronave, uma caveira diz ;eu deveria ter voado pela Air Cocaína;, em alusão a um escândalo ocorrido na França em que um avião aeronave carregado de cocaína foi apreendido.

O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, criticou as charges. ;Isso não tem nada a ver com democracia e liberdade de expressão. É uma blasfêmia;, disse a jornalistas. O funcionário do Kremlin acrescentou que a publicação não deve afetar as relações entre França e Rússia.


Entre os 224 mortos na tragédia, havia 138 mulheres, 62 homens e 17 crianças, além de sete integrantes da tripulação. O desastre se tornou o pior da história da Rússia e ocorreu em plena época de operação aérea do país em combate ao terrorismo na Síria. Autoridades europeias e dos Estados Unidos se apoiam na hipótese de que uma bomba armada no Airbus teria causado a tragédia.

O Estado Islâmico afirmou que teria abatido a aeronave da companhia russa Metrojet ;em resposta a ataques aéreos russos que teriam vitimados muçulmanos em solo sírio.

Não somos Charlie
Ao contrário do que houve em janeiro ; época do massacre que resultou na morte de 12 funcionários na sede do Charlie Hebdo, em Paris ;, quando a internet se solidarizou com a tragédia pelo movimento #JeSuisCharlieHebdo, os usuários agora se revoltaram com a mais recente publicação da revista e protestaram. Por meio da hashtag #JeNeSuisPasCharlie (Não somos Charlie), eles condenaram as charges nas redes sociais.

"Charlie Hebdo é a razão por que idiotas não deveriam liberdade de fala", criticou um usuário. Um homem condenou o desrespeito do semanário após uma tragédia: "Depois de ver que o Charlie Hebdo não tem respeito por tragédia humana "JeNeSuisCharlie Meus corações e preces vão para as vítimas do #A321"

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"Tudo tem seu limite"

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"Charlie Hebdo é a razão por que idiotas não deveriam liberdade de fala"

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"Depois de ver que o Charlie Hebdo não tem respeito por tragédia humana "JeNeSuisCharlie Meus corações e preces vão para as vítimas do #A321"