Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) estão matando mais civis na Líbia do que as outras facções em combate, mas todas as partes praticam "crimes em larga escala", afirmou nesta quinta-feira a procuradora da Corte Penal Internacional, Fatou Bensouda.
Dos 37 carros e bombas suicidas acionados este ano na Líbia, 27 foram atribuídos ao grupo EI, reportou Bensouda ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
Os jihadistas do EI estão executando líbios por "atividades consideradas como de espionagem, homossexualidade e ativismo social", disse.
As mortes violentas estão aumentando na Líbia, onde a ONU intervém com o objetivo de formar um governo de união nacional para deter o avanço do EI.
Pelo menos 60 pessoas morrem a cada mês neste país do norte da África.
As execuções e outros assassinatos de líbios "atribuídos ao EI e às suas organizações aliadas têm sido mais numerosos que as de outros atores", destacou Bensouda em seu informe.
Outro indício da crise no país são os cerca de 450.000 líbios que tiveram que deixar suas casas durante o ano de 2014, o dobro dos deslocados um ano antes.
Bensouda assegurou que a milícia líbia Dawn, que controla Trípoli, e o Exército Nacional Líbio, leal ao governo reconhecido internacionalmente, também estavam "cometendo crimes em larga escala".
A procuradora disse no Conselho que está pronta para abrir uma investigação por possíveis crimes de guerra, mas acrescentou que seu trabalhou tem sido dificultado por problemas de financiamento.
A Líbia está mergulhada no caos desde a queda de Muammar Kadhafi, em 2011, com dois Parlamentos e dois governos rivais.