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Presidente turco defende mudança na Constituição e firmeza contra o PKK

Erdogan, de 61 anos, tenta uma reforma da Constituição e o estabelecimento de um sistema que transferiria a maior parte do poder executivo do primeiro-ministro ao chefe o Estado



A impossibilidade de forçar um governo levou Erdogan a convocar eleições antecipadas que, contra todos os prognósticos, permitiram ao AKP recuperar a maioria absoluta no Parlamento, com 317 deputados de um total de 550. Contudo, Erdogan e seu partido não possuem de uma maioria qualificada de dois terços, 367 deputados, para reformar a Constituição, nem os 330 necessários para implementar um referendo.

A oposição turca, muitas ONGs e países aliados estão preocupados com o autoritarismo crescente de Erdogan, e voltaram a criticar seus ataques à imprensa. Na terçã-feira, dois jornalistas foram presos por criticar a vitória do AKP.

Operações vão continuar
Erdogan também voltou a manifestar sua firmeza em sua luta contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que relançou em julho a campanha militar contra o Estado turco depois de uma trégua de dois anos. Nesta quarta-feira, dois soldados turcos morreram durante confrontos com o PKK no sudeste de maioria curda do país, segundo anunciou o comando militar turco.

Essas são as primeiras mortes registradas desde a vitória eleitoral de Erdogan. "Não haverá pausa (...) As operações vão continuar de maneira decidida contra a organização terrorista dentro e fora da Turquia", afirmou o chefe de Estado.

Ele também indicou que os rebeldes do PKK haviam matado 248 policiais, militares e civis desde o verão. "Nós continuaremos nossa luta até que a organização terrorista deixe o solo turco e enterre suas armas", ressaltou Erdogan.

A força aérea turca bombardeou na terça-feira posições do PKK no Iraque e no sudeste da Turquia. Durante a eleição de domingo, o AKP recuperou o controle total do Parlamento, que tinha perdido em junho, totalizando 49,4% dos votos e 317 cadeiras.