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Conselheiro diz que papa está 'determinado' a reformar Igreja



"Alguém certamente tem medo do processo de renovação que o papa está travando", considerou Dom Galantino, próximo do papa Francisco. "Eu acredito que algumas pessoas têm medo de uma Igreja que está começando a ser inatacável em certos pontos, que começa a ser também credível aos olhos dos não-crentes, e isso faz com que alguns percam a razão", acrescentou.

Dom Galantino denunciou o padre Lucio Anjo Vallejo Balda e a assessora Francesca Chaouqui, suspeitos de roubar documentos confidenciais, e os dois jornalistas italianos autores dos livros que trarão revelações sobre o Vaticano, Emiliano Fittipaldi e Gianluigi Nuzzi.

"Estas quatro pessoas, se realmente disserem que estavam agindo para o bem do papa, só disseram besteiras". "Elas sabem que estão mentindo, porque não ajudamos alguém esfaqueando-a por trás ou roubando conversas privadas, e criando problemas à Igreja", insistiu.

Os dois livros, "Avarice" de Fittipaldi e "Via Crucis" de Nuzzi, estarão nas livrarias já na quinta-feira. De acordo com a imprensa italiana, os livros revelam sobretudo a forte oposição interna às reformas financeiras do papa Francisco.

Neles se denunciam as irregularidades atávicas que por décadas foram cometidas com as finanças do Vaticano, como o desvio de 400 milhões de euros do "Óbolo de São Pedro", com doações provenientes de todo o mundo, para a Cúria Romana, ou seja, a gestão da máquina.

Os livros citam e-mails, atas de reuniões, conversas privadas gravadas e notas que demonstram o excesso de burocracia, a má gestão, o desperdício, e fastos milionários com aluguéis.

As revelações surgem após a prisão neste fim de semana de Vallejo Balda e de Chaouqui. A última foi interrogada e posteriormente liberada.