Berlim, Alemanha - O ministro britânico das Finanças, George Osborne, pediu nesta terça-feira (3/11), em Berlim, uma proteção especial para os países da União Europeia (UE) que queiram se manter fora do euro e garantiu que Londres não quer fazer parte de uma União cada vez mais integrada.
Não se deve pedir aos países não membros da moeda única que apoiem seus sócios do euro, insistiu o ministro, referindo-se à ajuda da zona do euro à Grécia.
Segundo ele, a participação em mecanismos de integração cada vez mais desenvolvidos, como a união bancária, por exemplo, deve ser "voluntária".
As declarações do ministro foram dadas no Congresso da Federação da Indústria Alemã (BDI). A chanceler alemã, Angela Merkel, e o vice-chanceler e ministro alemão da Economia, Sigmar Gabriel, participaram do evento.
Reeleito este ano, entre outros pontos, com a promessa de realizar um referendo sobre a permanência na UE, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, deve anunciar em breve uma lista das condições de Londres para continuar no bloco.
"Queremos que o Reino Unido continue na UE, mas deve ser em uma UE que funcione melhor", argumentou Osborne em Berlim.
Na segunda-feira à noite, o ministro Osborne expôs suas reivindicações ao colega alemão das Finanças, Wolfgang Sch;uble.
Osborne disse que Londres quer mudanças nos tratados da UE para salvaguardar os direitos dos países não membros do euro, proteger seus contribuintes e o importante setor financeiro britânico.
Isso incluiria "o reconhecimento de que a UE tem mais de uma divisa, e de que não se deveria discriminar nenhuma empresa com base na moeda do país no qual reside", disse.
Em troca, Londres não bloqueará os esforços dos membros da Eurozona para aprofundar sua integração econômica e financeira.
Dessa forma, continuou, "vocês têm uma zona do euro que funciona melhor, e nós, a garantia de que não se nos impõe nada". "Francamente, o povo britânico não quer ser parte de uma união cada vez mais estreita", disse o ministro.
Falando antes de Osborne no mesmo congresso, Merkel declarou que "o Reino Unido deveria continuar sendo membro da UE", embora tenha reconhecido que "os britânicos devem decidir" por sua conta.
Ao mesmo tempo, garantiu que "as reivindicações legítimas" de Londres e, em particular, as que tentam preservar a competitividade, serão ouvidas no Berlim.
"Ajudaremos onde pudermos" para evitar o "Brexit", concluiu a chanceler, referindo-se à saída dos britânicos.