A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, quebrou o silêncio sobre as eleições presidenciais do último domingo (25/10), quando seu partido, o Peronista, sofreu um revés. O oposicionista Mauricio Macri disparou nas urnas e levou o pleito para o segundo turno, o primeiro na história do país. Com 36% dos votos, o governista Daniel Scioli teve a mais baixa votação da história dos peronistas.
Com o resultado, Cristina Kirchner retomou a campanha eleitoral destacando as diferenças entre os dois presidenciáveis. "Peço a reflexão da cidadania porque isso não significa somente que teremos um novo presidente. É um presidente que representa um modelo e as políticas de um país", disse a presidenta.
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Tido como menos radical, o governista Scioli não representa a continuidade do kirchnerismo. Segundo a imprensa local, sua ausência no pronunciamento na Casa Rosada pode ser mais uma evidência de um desentendimento com a presidenta. Além disso, em declaração de mais de três horas, ela não citou o nome de seu candidato nenhuma vez.
"Somos diferentes dentro de nossa própria força, mas somos uma força política que está disposta a levar adiante essas políticas que permitiram que milhões de pessoas carentes saíssem da pobreza", disse Cristina.
Scioli, por sua vez, negou hoje (30/10) qualquer desavença, dizendo que "a mensagem da presidenta foi muito clara e contundente. Ela convocou a militância, que é o coração daqueles que defendem essas ideias e propostas. Foi um respaldo claro e contundente."
Em 22 de novembro, os argentinos definirão o sucessor de Cristina Kirchner.