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Abra o documento em uma nova janela ONU diz que limitar o aquecimento a 2°

O pontapé inicial da COP21 será dado pelos Chefes de Estado em 30 de novembro

Agência France-Presse
postado em 30/10/2015 09:59
O mundo tem apresentado esforços sem precedentes na luta contra o aquecimento global, mas será preciso políticas ainda mais pró-ativas nos próximos anos para alcançar o objetivo de limitar o aumento dos termômetros em 2;C, advertiram as Nações Unidas nesta sexta-feira.

"Um esforço global sem precedentes está em andamento" e permite considerar que será possível manter o nível de 2;C, afirma um relatório publicado em Berlim, que analisa os objetivos de redução das emissões de gases do efeito estufa anunciados por 146 países em 1; de outubro (86% das emissões globais).

Segundo a ONU, "as reduções das emissões de gases do efeito estufa deverão ser muito mais importantes" nos próximos anos para ficar sob esse limite.

Este veredicto da ONU é lançado a um mês do pontapé inicial da conferência do clima em Paris, onde se espera a assinatura do primeiro acordo envolvendo todos os países na luta contra o aquecimento global.

"Este relatório mostra que as contribuições nacionais permitem mudar a situação e nos distanciar do pior, de um aquecimento de 4-5 ;C ou mais", comentou o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius.

O ministro, que será o futuro presidente da COP21, lembra que, segundo os especialistas, os compromissos atuais "nos colocam em uma trajetória entre 2,7; e 3;C".



Neste sentido, ecoando uma estimativa recente do grupo Carbon Action Tracker (CAT), as Nações Unidas estimam que os compromissos nacionais "têm a capacidade de limitar a 2,7;C o aumento da temperatura".

"Isso não é de forma alguma suficiente", porque ainda é sinônimo de grandes mudanças climáticas, "mas muito menos perigoso do que os 4 ou 5 graus ou mais de aquecimento projetados por muitos compromissos anteriores", afirma Christina Figueres, secretária-geral da Convenção do Clima da ONU, em comunicado.

"O caminho não pode ser negligenciado", considerou o pesquisador Jean Jouzel, ex-vice-presidente do Grupo Intergovernamental sobre a Evolução do Clima (IPCC).

Desastre a 3;C
"Se os compromissos são um passo na direção certa, eles nos levam a um desastre de 4;C ou 3;C", ironizou a ONG Oxfam.

Jennifer Morgan do World Ressources Institute de Washington ressalta que o número de países determinados a implementar modelos energéticos com reduzida emissão de CO2 é um sinal de que "o contexto mudou desde Copenhague, em 2009", quando a comunidade internacional falhou em selar um acordo global para lutar contra o aquecimento global.

A temperatura média global aumentou 0,8;C desde a era pré-industrial. Este aquecimento, cuja velocidade é sem precedentes, ameaça muitas espécies e é a causa de eventos climáticos extremos mais frequentes. Também acelera o processo de derretimento de geleiras, causando a elevação do nível do mar.

As emissões de gases do efeito estufa produzidas pelas atividades humanas, principalmente da queima de combustíveis fósseis, estão causando um aumento acelerado das temperaturas.

O IPCC calcula que não o mundo não deve emitir mais de 1.000 gigatoneladas de CO2, para que tenha uma boa chance de atingir a meta de 2; C. Este é o "orçamento de carbono" da humanidade.

Com os compromissos atuais, 72-75% deste "orçamento" terão sido consumidos até 2030 porque, segundo projeções da ONU, as emissões cumulativas atingiriam cerca de 540 gigatoneladas em 2025 e 748 gigatoneladas em 2030.

Os principais países emissores são a China (25%), os Estados Unidos (15%), além da União Europeia (10%), Índia (6%) e Rússia (5%). "Os países terão de acelerar os seus esforços após a conferência de Paris", avisou Jennifer Morgan, argumentando em favor de um mecanismo de revisão dos compromissos.

Esse mecanismo faz parte das várias opções incluídas no projeto de texto que será apresentado aos negociadores em Paris-Le Bourget.

"A reunião pré-COP que ocorrerá entre os dias 8 e 10 de novembro em Paris, reunirá cerca de 80 ministros para discutir todos os grandes pontos do acordo, e deverá permitir progressos sobre estas questões centrais", comentou Laurent Fabius.

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