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Venezuela prorroga estado de exceção na fronteira com a Colômbia

A medida foi prorrogada com o argumento de que "persistem circunstâncias extraordinárias que afetam a ordem sócio-econômica e a paz social" na região

O governo da Venezuela estendeu o estado de exceção em seis municípios de Táchira (oeste), decretado há dois meses para combater o contrabando e o crime organizado na fronteira com a Colômbia. "Foi prorrogado por mais 60 dias o prazo estabelecido" em 21 de agosto, afirma um decreto assinado pelo presidente Nicolas Maduro e publicado no Diário Oficial.

A medida, que inclui o fechamento da fronteira, foi prorrogada com o argumento de que "persistem circunstâncias extraordinárias que afetam a ordem sócio-econômica e a paz social" na região. Durante agosto e setembro, o estado de exceção foi estendido a outros quatro municípios de Tachira, dez do estado de Zulia (noroeste) e três de Apure (sudoeste), também na fronteira com a Colômbia.

O estado de exceção proíbe o porte de armas, autoriza buscas e escutas telefônicas sem mandado e restringe o direito de reunião, uma questão sensível antes das eleições de 6 de dezembro. De acordo com o decreto, a extensão vai permitir ao Estado dispor de medidas para lidar com o "contrabando de mineração (...) e a violência criminal que o acompanha".



O presidente venezuelano declarou estado de exceção e o fechamento da fronteira depois de um ataque a uma patrulha militar na cidade de San Antonio del Táchira, no dia 19 de agosto, que deixou quatro feridos e atribuído a paramilitares colombianos ligados ao tráfico de drogas e contrabando.

Como parte dessas medidas, as autoridades deportaram 1.482 colombianos ilegais que viviam na zona fronteiriça, enquanto 19.952 voltaram a seu país por conta própria por medo de serem expulsos, segundo as Nações Unidas.