A Otan está preocupada com o "risco de um incidente" aéreo na Síria entre a Rússia e a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, que operam separadamente bombardeando alvos diferentes, declarou nesta terça-feira (20/10) Alexander Vershbow, secretário-geral adjunto da Aliança Atlântica.
"Os alvos das operações aéreas russas sobre a Síria e os da coalizão anti-Estado Islâmico (grupo jihadistas EI) não são os mesmos", o que "aumenta o risco de um incidente fora de controle", afirmou em uma coletiva de imprensa em Lisboa, à margem de um fórum reunindo a Oran e a indústria da defesa.
"Vamos discutir nas próximas semanas para ver se é necessário tomar medidas ou precauções adicionais para assegurar a integridade das fronteiras turcas", indicou. Moscou, que entrou no conflito na Síria para apoiar o regime de Bashar al-Assad, afirma atacar o EI e outros grupos "terroristas" que se opõem ao regime, que, no entanto, são descritos como "moderados" pelo Ocidente.
No início de outubro, a Otan advertiu a Rússia depois de incursões de sua aviação no espaço aéreo turco, o que Moscou justificou pelo "mau tempo". De 3 outubro a 6 de novembro, a Otan organiza seu maior exercício militar em mais de 10 anos, batizado de "Trident Juncture", com a participação de cerca de 36.000 soldados na Itália, Espanha e Portugal.
O exercício foi planejado há tempos, mas sua extensão reforça a política de reforço das manobras decidida pela aliança em uma cúpula no País de Gales, em setembro de 2014, devido à crise na Ucrânia. "Agressores potenciais devem ter em conta a nossa capacidade e preparação", advertiu Alexander Vershbow.