Londres, Reino Unido - A britânica Jacqueline Sutton, que trabalhava para uma ONG no Iraque, foi encontrada morta no sábado (17/10) à noite em um banheiro do aeroporto de Istambul - informou seu empregador nesta segunda-feira (19/10). A notícia foi veiculada por jornais britânicos e turcos.
"Estamos arrasados, no Institute for War and Peace Reporting (IWPR), por anunciar a morte de nossa diretora para o Iraque, Jacky Sutton", lamentou a organização, que ajuda jornalistas em zonas de guerra. "As circunstâncias de sua morte não estão claras, e estamos tentando estabelecer os fatos", acrescentou o IWPR, em um comunicado.
O diretor-executivo do instituto, Anthony Borden, pediu uma investigação "aberta e transparente", observando que é difícil aceitar a teoria de suicídio.
Evocando informações dos meios de comunicação turcos, segundo as quais Sutton, de 50 anos, teria sido encontrada enforcada com cadarços, Borden acrescentou "que não há nem mesmo certeza de que ela estava usando sapatos com cadarço".
Ele descreveu Sutton como alguém "de natureza positiva".
"Podemos confirmar a morte de uma cidadã britânica em Istambul", anunciou o Ministério britânico das Relações Exteriores.
Jacqueline Sutton trabalhou como jornalista para a BBC entre 1998 e 2000, antes de realizar diferentes missões para as Nações Unidas, incluindo no Afeganistão, Irã, Gaza e Iraque, segundo o IWPR. "Jacky retornava ao Iraque cheia de projetos, incluindo projetos para lutar contra o extremismo violento que ameaça o país, ao qual era tão ligada", indica o instituto.
"Jacky era uma das nossas melhores profissionais em matéria de desenvolvimento trabalhando no Iraque e dedicou quase dez anos de sua vida para ajudar o país", disse Borden.
De acordo com o jornal turco Hürriyet, Jacqueline Sutton chegou no sábado à noite a Istambul, a partir de Londres, e estava em trânsito para Erbil, no Curdistão iraquiano.
Sudipto Mukerjee, do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, escreveu no Twitter ter "dificuldade em acreditar que a minha colega (...) cometeu suicídio".
O presidente do Parlamento iraquiano, Salim al-Juburi, instou, por sua vez, "as autoridades turcas a esclarecer as circunstâncias deste incidente", de acordo com um comunicado.
"Ela morreu em circunstâncias misteriosas em um aeroporto turco, em seu caminho para o Iraque, onde ela deveria ajudar o país", acrescentou a nota.
O instituto IWPR lembrou que o antecessor de Sutton no Iraque, Ammar al-Shahbander, foi morto em um atentado com carro-bomba em Bagdá há apenas cinco meses.