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Três palestinos são mortos em tentativas de esfaquear israelenses

Os ataques são praticamente diários desde 1º de outubro

Três palestinos - dois homens e uma mulher - foram mortos neste sábado depois de tentativas de esfaquear israelenses em Jerusalém Oriental e Hebron, na Cisjordânia ocupada, em um momento de crescente violência, apesar dos apelos de paz da comunidade internacional. Os ataques são praticamente diários desde 1; de outubro, uma espiral de violência que provoca o temor de uma nova intifada nos territórios palestinos ocupados.

O primeiro ataque aconteceu na Cisjordânia, perto do assentamento judaico do centro de Hebron, onde 500 colonos israelenses vivem sob a proteção do exército. Um palestino tentou esfaquear um colono israelense, que abriu fogo contra o agressor. As forças de segurança palestinas confirmaram a morte do agressor, identificado como Fadel al-Kawatsmi, de 18 anos. A morte provocou confrontos entre soldados israelenses e palestinos na cidade de Hebron, cenário de grande tensão nas últimas semanas.

[SAIBAMAIS]Poucos minutos depois, outro palestino foi morto após uma tentativa de esfaquear um soldado israelense no bairro de Armon Hanetsiv, em Jerusalém Oriental. O agressor, que não teve a identidade revelada, tentou atacar um soldado durante um controle de identidade e foi imediatamente atingido pelos militares, segundo a porta-voz da polícia, Luba Samri. O palestino, de 16 anos, morava em Jabal Mukaber, localidade de onde saíram vários agressores das últimas semanas.

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Também neste sábado, uma palestina foi morta a tiros depois de tentar apunhalar uma soldado israelense na cidade antiga de Hebron. Ela se aproximou de um posto da Guarda de Fronteira no assentamento judaico do centro de Hebron e tentou atacar uma soldado, que ficou levemente ferida na mão. A militar abriu fogo e matou a agressora, segundo a polícia.

Violência sem trégua

Desde o assassinato em 1; de outubro de um casal de colonos israelenses, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental - parte palestina de Jerusalém ocupada e anexada por Israel -, são cenários de distúrbios entre palestinos que atacam com pedras e soldados israelenses. Além disso, palestinos e colonos trocam agressões e vários ataques com arma branca foram registrados contra israelenses.

A violência já deixou 40 palestinos mortos, muitos deles autores de atentados, e centenas de feridos. Do lado israelense, sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. Desde 9 de outubro os distúrbios também acontecem a Faixa de Gaza. Os ataques refletem a situação de uma juventude palestina que escapa de qualquer controle político, ao mesmo tempo que expressa a revolta contra a ocupação e colonização israelenses.

Para Mohamed Aliane, pai de um agressor palestino que matou há alguns dias dois israelenses em um ônibus em Jerusalém, "a violência da ocupação israelense transformou" seu filho e o estimulou a matar, mas também "a fragilidade dos dirigentes palestinos".

Na sexta-feira, dezenas de palestinos incendiaram o túmulo do patriarca José, um local venerado pelos judeus em Nablus, norte da Cisjordânia ocupada, em um dia de tensão, que terminou com quatro palestinos mortos. Um deles esfaqueou um soldado israelense depois de se passar por jornalista.

Obama muito preocupado
A comunidade internacional encontra grandes dificuldades para obter uma resposta a seus apelos de paz. O secretário de Estado americano, John Kerry, conversou por telefone, de maneira separada, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, para pedir que façam o possível para restaurar a calma.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que está "muito preocupado" e condenou "qualquer violência contra inocentes". "A longo prazo, o único meio pelo qual Israel pode verdadeiramente garantir sua segurança e o único meio pelo qual os palestinos podem realizar as aspirações de seu povo são dois Estados convivendo juntos em paz e segurança", reiterou Obama.