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Palestinos ateiam fogo a túmulo sagrado na Cisjordânia

O túmulo do patriarca José é venerado há séculos por cristãos, judeus e muçulmanos



O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "condenou veementemente este ato condenável" nesta sexta-feira em Nova York durante a abertura do Conselho de Segurança dedicado à situação em Israel e nos Territórios Palestinos. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, descreveu o ataque como um ato "irresponsável".

Esta é a primeira vez que Abbas condena um ato de violência anti-judaica desde o início da escalada da violência. Ele tem sofrido pressão crescente, incluindo do secretário de Estado americano, John Kerry, para condenar os ataques anti-israelenses.

Presença internacional
Desde 1; de outubro, a violência deixou 39 mortos palestinos, incluindo vários autores de ataques, e sete mortos israelenses. Neste contexto, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU se reuniram em uma sessão extraordinária para debater a crise.

Enquanto as forças de segurança israelenses foram mobilizadas em massa em Jerusalém para tentar conter a violência, Israel declarou ao Conselho de Segurança que não permitirá o envio de uma força internacional à Esplanada das Mesquitas. "Permitam-me ser muito claro: Israel não aceitará nenhuma presença internacional no Monte do Templo. Uma presença deste tipo mudar o status quo", declarou o embaixador israelense na ONU, David Roet.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou em várias ocasiões uma mudança deste status quo. Por sua vez, os palestinos pedem uma proteção internacional para a população civil dos territórios ocupados. Segundo o embaixador palestino Riyad Mansur, ante a situação "explosiva" em Jerusalém Oriental, caberia à ONU encontrar um meio de "fornecer proteção" aos palestinos.

A reunião, convocada pela Jordânia em nome dos países árabes, não deve resultar em nenhuma resolução ou tomada de posição comum do Conselho. Netanyahu voltou a dizer que está pronto para encontrar o presidente palestino, inclusive na presença do rei Abdullah II da Jordânia, mas voltou a acusar Abbas de incitação à violência.

Pela primeira vez, ele recebeu o apoio firme por parte do secretário de Estado americano. Neste sentido, Kerry declarou que Abbas "deve condenar a violência em alto e bom tom".