Cabe lembrar que embora as autoridades líbias que substituíram Muammar Kadhafi tenham mostrado o compromisso de colaborar para esclarecer o atentado, o governo atual não é reconhecido pela comunidade internacional e a capital é governada por uma coalizão de milícias.
Parentes das vítimas comemoraram os avanços.
"Estou muito contente de que isto esteja sendo feito. Nós, os parentes americanos, estamos pressionando para que o atentado seja investigado como deve ser", disse à rede britânica ITV Susan Cohen, que perdeu a filha, Theodora, aos 20 anos, no atentado.
Jim Swire, porta-voz das famílias das vítimas britânicas, disse que ainda há dúvidas sobre o papel de Megrahi e do Estado líbio no caso. "Se há material que mostra que outras pessoas estiveram envolvidas, então queremos saber", afirmou. "Queremos saber quem assassinou nossos familiares".
Embora os nomes dos dois novos suspeitos não tenham sido revelados, um documentário recente do americano Ken Dornstein, irmão de uma das vítimas, acusou Abu Agila Mas;ud - um dos principais suspeitos, mas que nunca foi denunciado.
Segundo a emissora escocesa STV, o outro poderia ser Abdullah al Senusi, cunhado de Kadhafi, ex-chefe de inteligência do regime, que está preso em uma penitenciária líbia, condenado à morte.
Em 21 de dezembro de 1988, um Boeing 747 da PanAm que voava entre Londres e Nova York explodiu sobre a cidade de Lockerbie, 38 minutos depois da decolagem.
Os 259 passageiros - em sua grande maioria americanos - e membros da tripulação morreram, assim como 11 moradores da cidade escocesa.
Em 2003, o regime de Muamar Khadafi admitiu oficialmente a responsabilidade no atentado e pagou 2,7 bilhões de dólares como indenização às famílias das vítimas.
A única pessoa condenada, Abdelbaset Megrahi, faleceu em maio de 2012 na Líbia, depois de ter sido liberado três anos antes pela Escócia por motivos de saúde.