Jornal Correio Braziliense

Mundo

Com Blair e Major, começa campanha por Reino Unido dentro da União Europeia

Até o fim de 2017, os britânicos vão-se pronunciar sobre a permanência na UE

Três ex-premiês, os trabalhistas Gordon Brown e Tony Blair e o conservador John Major, são os apoios de maior peso na campanha por um "Reino Unido dentro da União Europeia" (UE), iniciada nesta segunda-feira. Até o fim de 2017, os britânicos vão-se pronunciar sobre a permanência na UE. Os responsáveis pela campanha a favor da UE advertem que deixar o bloco seria "um pulo no escuro" que custaria milhares de libras a cada britânico.

Batizada de "Reino Unido é mais forte na Europa" (no original "Britain Stronger in Europe"), a campanha pela permanência é presidida pelo empresário Stuart Rose, de 66 anos, conhecido por ter devolvido o esplendor à histórica loja de departamentos britânica Marks & Spencer. No ato de abertura da campanha, em Londres, Rose defendeu que "a UE não é perfeita, mas acreditamos que os benefícios de pertencer a ela são superiores aos custos".

[SAIBAMAIS]Rose classificou o referendo, que está em trâmite parlamentar e cuja data permanece em aberto, como "a decisão mais importante de uma geração". Ele também criticou que o dilema seja colocado em termos de patriotismo. "Afirmar que o patriótico para o Reino Unido é ir embora, retirar-se e olhar para o umbigo é não entender quem nós somos como nação", criticou.

Leia mais notícias em Mundo

"Não permitirei que ninguém me diga que sou menos britânico por acreditar no Reino Unido mais forte possível para nossas empresas, nossa segurança e nossa sociedade", insistiu. Rose afirmou que a UE custa 340 libras por ano para cada família britânica, mas que os benefícios são dez vezes maior. "Não vale a pena assumir o risco" de uma saída, alertou, classificando de "covardes" os que querem deixar o bloco.

O primeiro-ministro conservador David Cameron prometeu o referendo para acalmar a ala eurocética de seu partido. Outro objetivo foi tentar obter de Bruxelas reformas que devolvam competências a Londres - como o controle da imigração intraeuropeia e das fronteiras, por exemplo - para, então, recomendar que o país continue na UE. Até o momento, porém, Cameron não obteve qualquer resultado concreto.