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Novos ataques com faca elevam tensão e medo em Jerusalém nesta segunda

A cada dia aumenta o risco de uma grande revolta palestina sob a forma de uma terceira intifada

Novos ataques com faca na Cidade Velha de Jerusalém elevaram nesta segunda-feira a tensão e o medo entre seus habitantes após duas semanas de violência. Jovens palestinos desafiam ao mesmo tempo seu presidente, Mahmud Abbas, que faz apelos à calma, e as forças israelenses de segurança em Jerusalém Oriental anexada, onde desde 3 de outubro foram registrados 18 esfaqueamentos de judeus.

A tensão é tão grande que aumenta a cada dia o risco de uma grande revolta palestina sob a forma de uma terceira intifada. Além disso, o medo dos atentados com bomba que durante a segunda intifada (2000-2005, a primeira ocorreu em 1987) semearam o terror entre a população israelense retorna com força.

Na primeira agressão desta segunda-feira um homem árabe atacou um policial com uma faca na entrada da Cidade Velha de Jerusalém, antes de ser abatido por policiais israelenses. O policial atacado não ficou ferido graças ao colete à prova de balas que vestia, indicou uma fonte policial israelense. O agressor é um árabe, segundo a polícia, que não informou se era palestino ou israelense.

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[SAIBAMAIS]Pouco depois um novo ataque com faca foi registrado perto do quartel-general da polícia de Jerusalém, e sua autora, uma mulher, foi ferida por tiros disparados por um policial. Neste ataque, um guarda fronteiriço observou que a mulher tinha um comportamento suspeito e pediu que ela parasse. Então a mulher pegou uma faca e feriu o agente, aparentemente sem gravidade. O guarda sacou sua arma e a "neutralizou", segundo a polícia, que acrescentou que ela estava hospitalizada.

No terceiro ataque, duas pessoas feriram dois judeus em um assentamento israelense em Jerusalém Oriental, e um dos atacantes foi abatido, indicou a polícia."As vítimas são menores judeus, e um deles ficou gravemente ferido", segundo a polícia. Na noite de domingo já havia sido registrado um ataque no kibutz de Gan Shmuel (norte), onde um árabe-israelense de 20 anos esfaqueou dois soldados e dois civis israelenses depois de atropelá-los com seu veículo.

Tensão crescente
Os ataques com faca são uma das principais formas de violência da atual escalada de confrontos em Jerusalém, Cisjordânia e Faixa de Gaza, que começou no início de outubro, quando supostos membros do Hamas mataram a tiros um casal de colonos judeus na Cisjordânia na presença de seus filhos.

Isso foi o ponto de partida para sucessivos confrontos e distúrbios entre palestinos e forças de segurança israelenses em Jerusalém Oriental e Cisjordânia. A violência se estendeu na sexta-feira passada a Gaza, onde nove jovens palestinos morreram entre este dia e sábado por disparos israelenses perto da barreira de segurança durante uma violenta manifestação.

No domingo, a aviação israelense bombardeou a Faixa de Gaza, em represália pelo lançamento de dois foguetes a partir do enclave palestino governado pelo movimento islamita Hamas. Um dos foguetes lançados pelos palestinos caiu em um terreno baldio no sul de Israel e o outro foi interceptado pelo sistema antimísseis "Cúpula de Ferro".

Em seu bombardeio em resposta, o exército israelense tomou como alvo "duas instalações de fabricação de armas" do Hamas, mas seu ataque acabou por destruir uma casa na zona de Zeitun, no norte do enclave, matando uma mulher grávida, Nur Hasan, de 30 anos, e sua filha Rahaf, de 2.