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Unesco condena destruição pelo EI do Arco do Triunfo em Palmira

O grupo jihadista já destruiu algumas das joias arqueológicas de Palmira, como suas famosas torres funerárias, os templos de Bel e Baalshamin e a estátua do Leão de Athena

A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, condenou nesta segunda-feira (05/10) a destruição do Arco do Triunfo da cidade síria de Palmira, patrimônio mundial da humanidade, pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

"Esta nova destruição mostra até que ponto os extremistas estão assustados com a História e a cultura porque (...) desacreditam todos os pretextos utilizados para justificar seus crimes e os ensina como são: uma pura expressão de ódio e de ignorância", disse em um comunicado.

"Não haverá impunidade para os criminosos de guerra" e todo o possível será feito "para que os autores destas destruições sejam julgados e punidos em estreita colaboração com o Tribunal Penal Internacional", afirmou.

"Apesar de sua ira criminosa, os extremistas jamais conseguirão apagar a História, nem calar a memória deste lugar, que encarna a unidade e a identidade do povo sírio", segundo a diretora da Unesco.

O EI destruiu no domingo o Arco do Triunfo que datava do imperador Septimio Severo (193-211 d.C.) e se situava na entrada da famosa rua de colunas do recinto histórico.



O grupo jihadista já destruiu algumas das joias arqueológicas de Palmira, como suas famosas torres funerárias, os templos de Bel e Baalshamin e a estátua do Leão de Athena.

O EI considera como objetos de idolatria as obras religiosas pré-islâmicas, principalmente as estátuas. "Palmira encarna em sua pedra tudo o que os extremistas odeiam: a diversidade cultural, o diálogo das culturas, o encontro entre povos de todas as origens nesta cidade de caravanas entre Europa e Ásia", afirmou Bokova.