As incessantes chuvas no sudeste dos Estados Unidos deixaram várias regiões debaixo d;água neste final de semana, e os meteorologistas alertam para novas tempestades, que poderão desencadear inundações sem precedentes.
Os estados da Carolina do Norte e do Sul ficaram com a pior parte, embora quase todos os estados da costa leste tenham sido afetados, e as previsões dão conta de que o pior está por vir.
Trata-se de um sistema meteorológico separado do furacão Joaquin, uma poderosa tempestade que assolou as Bahamas, destruindo várias casas, e que, neste domingo, perdeu força a caminho das Bermudas.
Segundo a imprensa, os ventos e inundações causaram quatro mortes desde quinta-feira nos Estados Unidos.
A rede CNN informou que uma pessoa morreu pela queda de uma árvore na Carolina do Norte. E lá, os habitantes que moram à beira-mar foram evacuados para zonas mais elevadas, informaram os serviços de emergência daquele estado.
Outras três morreram em acidentes vinculados às inundações na Carolina do Sul, um dos estados mais afetados, e onde o presidente Barack Obama declarou estado de emergência para desbloquear a ajuda federal.
;Fiquem onde estão;
"Fiquem onde estão. As condições continuam sendo perigosas em todo o estado durante a maior parte do dia devido às inundações", aconselharam os serviços de emergência da Carolina do Sul neste domingo no Twitter.
O departamento de Transporte do estado pediu através das redes sociais aos "motoristas que evitem circular, porque ao menos 211 rotas e 43 pontos estão fechados devido às históricas inundações".
A Cruz Vermelha operava em 11 abrigos na Carolina do Sul no início da tarde deste domingo.
As chuvas foram provocadas por uma massa de ar tropical carregada de umidade. A estação meteorológica do aeroporto de Charleston registrou na manhã deste domingo mais de 40 cm de água desde 1; de outubro, um recorde, segundo o Serviço Meteorológico Nacional americano (NWS, sigla em inglês).
"Estamos acostumados com as inundações, mas isto é extraordinário", disse Edwin Graceley, sargento da polícia desta turística cidade costeira do sudeste dos Estados Unidos, com um centro histórico repleto de casas coloniais do século XVII.
O centro histórico também registrou níveis recorde de precipitações, com 35 cm de água em três dias. O recorde anterior foi de 31 cm em 1973.
Está previsto que as abundantes precipitações continuem durante todo o dia, principalmente no litoral da Carolina do Sul, advertiu oo NWS.
"É a pior inundação que já vi em 10 anos", contou à AFP Jamieson Clair, 38 anos, morador do bairro histórico.
"Nunca vi, em 12 anos, este nível de água em Charleston", declarou Elizabeth Dixon, 51 anos, que saiu para passear com seu cão calçando galochas, como a maioria de seus vizinhos.
Encarar com bom humor
Mas os poucos transeuntes que passeavam pelas ruas inundadas do centro encaravam a situação com bom humor.
A entrada de um hotel de luxo foi protegida com sacos de areia e barras de ferro reforçadas com espuma resistente à água.
"Estamos acostumados com as inundações nestas ruas" devido à maré que sobe, assegurou Steven Huddleston, diretor do hotel Spectator. "Geralmente, elas terminam depois de uma hora, mas, como não para de chover há três dias, não vai embora".
Sem camisa, vários estudantes da Universidade Charleston Southern riam enquanto corriam com água nos joelhos para se refugiar nos salões do antigo mercado.
"Os relâmpagos me dão um pouco de medo, mas nos divertimos", reconheceu Lauren Powers, estudante de administração de 20 anos, enquanto o céu se iluminava regularmente.
Ao seu lado, Ryan Templeton, estudante de educação física que acaba de completar 21 anos, assegurou, entre risadas: "Comemoramos meu aniversário brincando na tempestade".