Nações Unidas, Estados Unidos - O diretor das operações humanitárias da ONU, Stephen O;Brien, afirmou nesta sexta-feira (2/10) que grupos armados "impediam as organizações humanitárias de terem acesso a mais de 42 mil homens, mulheres e crianças" em Bangui, a capital da República Centro-Africana (RCA).
Essas 42 mil pessoas, que escaparam dos atos violentos que abalaram a capital centro-africana nos últimos dias, se encontram totalmente desprotegidas, porém "as agências da ONU e as ONGs humanitárias não podem chegar até elas" por causa da insegurança que impõem alguns grupos armados, explicou O;Brien em um comunicado.
Nesse contexto, os escritórios de uma ONG e de uma agência humanitária internacional foram saqueadas na quarta-feira (30/9) e alguns de seus funcionários tiveram que sair "por sua própria segurança".
O;Brien disse estar "extremamente inquieto" com os episódio de violência, que constituíram "um golpe muito sério para a RCA e a comunidade internacional".
A situação no resto do país "também está piorando", completou o responsável, frisando a presença de "grupos armados que espalham pânico entre a população".
O;Brien fez um chamado a "todos os envolvidos para que cessem a violência e permitam a (passagem da) ajuda humanitária imediatamente". Bloquear deliberadamente esta ajuda "é uma violação das leis internacionais", afirmou.
"As organizações humanitárias estão decididas a ficar e continuar seu trabalho a favor da população", declarou. Mais de 412 mil pessoas abandonaram suas casas em todo país e 2,7 milhões, metade da população, dependem da ajuda humanitária para sobreviver, concluiu.