Jornal Correio Braziliense

Mundo

Congressistas republicanos querem manter sanções ao Irã

Entendimento é de que o EUA deve ser indenizado pela morte de vítimas americanas cometidas por iranianos

Washington, Estados Unidos - Os congressistas republicanos não conseguiram bloquear o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, mas buscam outros meios para manter as sanções contra Teerã.

[SAIBAMAIS]Esta semana, na Câmara de Representantes, vão brigar pela adoção de um projeto de lei para proibir o presidente Barack Obama de suspender as sanções, enquanto o Irã não tiver indenizado vítimas americanas de atentados cometidos por atores suspeitos de serem apoiados pela República Islâmica.

"Os tribunais americanos atribuíram cerca de US$ 43,5 bilhões em indenizações às vítimas de atentados iranianos", no âmbito de mais de 80 processos judiciais, afirmou o republicano Pat Meehan, nessa terça-feira (29/9). "Apesar disso, o Irã não pagou um único centavo", completou.

No ano passado, uma Corte de Apelações de Nova York ordenou o Citibank a liberar US$ 1,75 bilhão de fundos iranianos congelados em uma conta nova-iorquina para familiares de americanos mortos em um atentado cometido em Beirute em 1983.

Os republicanos controlam as duas Câmaras do Congresso, mas precisam da maioria de dois terços para impedir o Executivo de implementar a parte americana do acordo internacional firmado em 14 de julho em Viena.

O objetivo do acordo é impedir Teerã de se dotar de armas nucleares em troca da suspensão das sanções. Como consequência, fundos iranianos serão liberados e podem ser repatriados para o Irã, em troca de concessões relacionadas com as infraestruturas nucleares.



O presidente da Câmara, John Boehner, declarou-se consternado pela possibilidade de que "o presidente possa suspender as sanções e devolver ao Irã cerca de US$ 100 bilhões bloqueados em bancos ocidentais, sem antes haver indenizado as vítimas do terrorismo iraniano".

Mesmo que o Congresso reúna maioria para bloquear o acordo - o que parece pouco provável -, o presidente Barack Obama vetará uma decisão desse tipo para proteger o acordo.

"A maioria (republicana) parece estar determinada a minar o acordo iraniano, da mesma maneira que tentou minar a reforma do sistema de Saúde, votando e voltando a votar", disse o congressista democrata Eliot Engel.

"No tema de saúde, apesar das 60 tentativas, não funcionou e, desta vez, também não vai funcionar", frisou.