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Senado russo autoriza Putin a usar a força militar no exterior

Chefe do gabinete presidencial explicou que autorização diz respeito apenas a bombardeios aéreos e exclui o envio de tropas terrestres

O Senado da Rússia autorizou nesta quarta-feira (30/9) o presidente Vladimir Putin a ordenar bombardeios na Síria, poucas horas antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU dedicada à "ameaça terrorista".

[SAIBAMAIS]Serguei Ivanov, chefe do gabinete presidencial, confirmou que a autorização para o uso da força militar no exterior está relacionada com a guerra na Síria. Ele explicou que diz respeito apenas a bombardeios aéreos e exclui o envio de tropas terrestres.

Os 162 senadores presentes na sessão aprovaram o pedido do Kremlin por unanimidade. "O objetivo militar desta operação é exclusivamente o apoio aéreo às Forças Armadas sírias na luta contra o Estados Islâmico (EI)", afirmou Ivanov.

O governo russo havia anunciado no início da manhã que Putin solicitara ao Conselho da Federação (Câmara Alta, Senado) recorrer a "um contingente das Forças Armadas russas" fora do território nacional.

A autorização do Conselho da Federação é necessária para que Putin, comandante das Forças Armadas, ordene uma intervenção militar.

A última vez que o Senado russo autorizou o presidente a recorrer às Forças Armadas armadas no exterior foi em março de 2014, antes do envio de tropas de elite do exército do país para concretizar a anexação relâmpago da península da Crimeia, pertencente à Ucrânia.

"Todos os nossos sócios e aliados serão informados da decisão e o ministério da Defesa vai receber provavelmente informações específicas", disse Ivanov.



Esta iniciativa é temporária e está de acordo com o direito internacional porque o presidente sírio solicitou oficialmente à Rússia uma ajuda militar no combate ao Estado Islâmico (EI), destacou Ivanov. "O presidente sírio se dirigiu ao governo de nosso país para pedir uma ajuda militar", afirmou. Ivanov não citou os equipamentos e as armas que a Rússia utilizará na Síria.

"Falamos da Síria, mas não se trata de conquistar nenhum objetivo geopolítico ou de concretizar uma ambição, como nos acusam regularmente nossos sócios ocidentais. São interesses nacionais da Rússia", completou Ivanov.

Na segunda-feira (28/9), em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU em 10 anos, Putin defendeu a formação de uma "ampla coalizão antiterrorista" contra o EI, que inclua a Síria e o Irã.

A Rússia deve apresentar um projeto de resolução neste sentido.