Nova Iorque, Estados Unidos - Hungria proporá nesta quarta-feira (30/9) na ONU a introdução de "cotas mundiais" para a distribuição de refugiados, "que não devem estar apenas a cargo da Europa", antecipou o ministro húngaro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, em entrevista coletiva nesta terça, em Nova York.
[SAIBAMAIS]"Vamos propor uma iniciativa sobre cotas mundiais, porque o assunto dos imigrantes é um desafio global, diante do qual deve haver uma resposta global", afirmou Szijjarto.
A Hungria está sendo muito criticada por sua política em relação aos refugiados, provenientes, sobretudo, da Síria. "As fontes de deslocamentos em massa da população estão em países que se tornaram instáveis, produto de decisões políticas internacionais. Essas decisões não foram tomadas apenas pela Europa, e a Europa não deve suportar sozinha a carga dos imigrantes", insistiu.
"Há regras europeias claras que dizem que os Estados-membros devem defender as fronteiras externas da União Europeia. A Hungria é uma fronteira externa, e é por isso que levantamos uma barreira na fronteira com a Sérvia", declarou Szijjarto.
"As pessoas nos criticam, mas ninguém propõe nada, ou uma alternativa", acrescentou o chefe da diplomacia húngara, lembrando que outros muros existem na Europa e nos Estados Unidos, na fronteira com o México.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, organiza nesta quarta-feira uma cúpula sobre a crise migratória. A previsão é que, nesse encontro, o premiê húngaro, Viktor Orban, defenderá a linha-dura de seu governo.
Recentemente, Ki-moon pediu aos países europeus que "façam mais" pelos milhares de imigrantes e refugiados, principalmente sírios, que fogem da guerra civil no país rumo à Europa.